Casamento é uma Droga (...) Capitulo 21

Capitulo 21

Já perdi a conta de quanto tempo estou aqui, me desespero a procurar alguma forma de criar uma escapatória desse lugar, mas tem sido tão difícil, tão insuportável e Sarah está cada vez pior com essa perna machucada e infeccionada. Mesmo assim, ela persiste com o plano maluco de roubar as chaves de um dos capangas do Dean hoje, céus, o único que posso fazer é rezar para ela não ser pega e para que eu finalmente possa sair para buscar ajuda. Óbvio, não vou deixá-la abandonada aqui, só não sei como esses homens vão reagir e isso me tem enlouquecido nesses últimos minutos. E o meu medo se tornar uma fobia, quando de repente um dos homens mal encarados chega para despejar em qualquer lado o café da manhã, almoço ou sei lá o que numa bandeja. É quando Sarah dá o sinal e “começa” a passar mal...

Sarah: Oh, céus! Por favor, eu não agüento, não... –Começa a chorar a se contorcer de dor, a gritar e a ficar vermelha, na verdade até eu fico em duvida se é mesmo uma atuação ou se ela realmente piorou e não me dei conta.

Lois: Hey, Sarah? O que foi? Qual problema? O que você tem? –Falei entrando em transe, fiquei estática enquanto o homem se aproxima dela, meu coração dispara, começo a sentir um enorme frio na espinha dorsal e um nó na garganta.

Sarah: Eu pre...ci...so do méd...médi...co! –O homem está agachado aparentemente medindo a sua temperatura, em alguns segundos quando ele a deixa e se distrai fazendo uma chamada no celular, Sarah dá uma piscadela para mim e me sinto um pouco aliviada, mas perdura somente por um segundo, quando a vejo astutamente roubar a chave do bolso do homem sem que ele note, aonde será que ela aprendeu isso? Será ela uma ladra?

Lois (pensando): A verdade é que estou fingindo que não estou doida para ver minha Lizzie e Clark, droga, eu preciso sair daqui.  

Meus pensamentos são interrompidos, o homem se ausenta da “pequena habitação de horrores” e vai para o corredor longo e um tanto escuro. Sarah me chama cautelosamente e eu me aproximo desastrosamente...

Sarah: Não olhe pra traz! –Me entregando as chaves, o que me deixa numa indecisão dos diabos, mas ela percebe que não quero sair e deixá-la e prossegue.

Sarah: Não temos muito tempo, aproveite que ele saiu e provavelmente não teve tempo suficiente de trancar a porta, vá, lhe dou cobertura. –enraivecida com a minha lentidão em seguir com o temeroso plano.

Lois: O que? Você não tem como me proteger. Está literalmente lascada, se quer pode andar, eu acho que a tinta loira afetou seu cérebro. –De braços cruzados e com os cabelos embaraçados e sujos a encaro de pé.

Sarah: Ok, você pode ficar aqui e morrer sem ver a sua filha e o Clark! Não faz diferença vê-los não é mesmo?! Não seja covarde e suma de uma vez Lois Lane!

Não lhes nego, nesse momento não pude conter minha ira, tomei as chaves da mão bem desenhada e de pele suave, a encarei provavelmente pela última vez e sai em disparada, abri a porta devagarzinho, o homem lá estava, ao telefone, distraído falando com um superior, o ouvia cautelosamente, vez ou outra soltando uma monossílaba apaticamente.

Pronto, saio como se estivesse na base do exercito do general, ele nem me nota por estar de costas e perdido num assunto que não pretendo saber qual é, quando termino de subir os degraus calmamente, me dou conta de que acima é uma linda casa, pequena, formosa e bem decorada, observo a sala por alguns segundos e me dou conta de que não há mais ninguém no âmbito pouco lúdico.

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Na WT

Tess está no controle da torre neste exato momento, Lizzie esta com Clark, pai e filha encostados na parede, sentados encima de um tapete vinho com desenhos abstratos e muito colorido, que rouba a atenção da pequena Lane Kent.

Tess: Oh Meu Deus! –Fica atordoada com as imagens que consegue de uma câmera de fora do aeroporto.

Clark: Algum problema? –Preocupado com o que possa ser.

 Tess: Receio que sei quem levou Lois. Acho melhor continuar sentado, Kent. –O encara de forma tensa.

Clark: Por quê? Quem a levou? Aconteceu algo a ela? –Indaga impulsivamente, um tanto preocupado e um raio de luz aparece em seu olhar. É um olhar de esperança.

Tess: Veja. –mostrando no computador. - Essa mulher é a... -Sendo interrompida por ele.

Clark: Vovó Bondade! –Encarando a tela atenciosamente, é quando ele cai em si e vê Lois sorrindo do lado da “boa” e inconfundível idosa.

Tess: Por alguma razão Lois está indo com ela, mas o que ela ia querer com essa mulher? Ou o que essa senhora quer com a sua esposa? Alguma possibilidade de Lois estar investigando a gangue do mal? –Formulando possíveis hipóteses para chegar ao objetivo final do sumiço da repórter.

FLASHBACK

Quando Dean me capturou perto do banheiro, ele não pode sair comigo sem que outros percebessem que aquilo era uma farsa, foi então quando escutei de longe uma voz feminina, questionando-o como iriam sair do aeroporto em segurança.

Essa vovozinha de uma figa deu a idéia de me levar, uma vez que a anciã tem poderes alienígenas e sequer Clark me disse algo sobre esses “cabelos” brancos. Vou matar o Kent depois que isso tudo acabar, claro, que não antes de matar minhas saudades dele, enfim, quem ele pensa que é para me deixar fora da atualização de malvados de Metrópoles? Ok, vocês querem saber o resto, lá vai e nem é melodrama.

Vovó Bondade: Há muitas câmeras por aqui, portanto, será mais prudente que eu esteja ao lado dessa petulante. E você coloque um chapéu, máscara ou qualquer outra coisa para ninguém saber sua identidade! –Nessa hora ela até parecia o General, só que de saia.

Dean: Está bem e onde nos encontramos? –Pergunta involuntariamente.

Vovó Bondade: Para o lugar que foi ordenado deixá-la e deixemos de conversa fiada meu rapaz, o tempo é valioso.

Dean: Sim, senhora. –A minha primeira constatação como repórter desse caso é que GENTE BURRA faz quem é IDIOTA parecer um GENIO tanto quanto o digníssimo ALBERT EINSTEIN. Rsrsrs.

Depois da palhaçada anteriormente detalhada, fora necessária acho que meia hora até eu poder me recompor e aceitar as ameaças do saco de velhice...

Lois: Está louca se pensa que vou sair desse aeroporto com você. –Se eu tivesse uma visão de raios-X ela estaria mais tostada que uma torrada queimada!

Vovó Bondade: Vai e vai sair alegremente, minha garota. Ou verá Kal-El e a filha de vocês desaparecerem para a zona fantasma sem chance alguma de volta. –Bem convincente e assustadora.

Lois: Filha de uma putª! –Exclamei num excesso de raiva, nada me assustara mais além do fato de acontecer algo com minha filha e com o garotão, eu preferiria morrer antes de ver isso suceder.

Finalmente, depois de algumas lágrimas insistirem em percorrer meu rosto, e de eu as enxugar espontaneamente, ganhei forças para me levantar e seguir com o maldito plano de Dean e companhia, na verdade duvidei que ele fizesse isso, jamais o vi tão astuto a ponto de armar toda essa situação, sem contar que ele nunca soube sobre o alter ego do Clark. Enganei-me. Como sempre, as aparências enganam. E os sonhos de uma vida feliz, são apenas ilusões que cedo ou tarde se convertem em enganos para matar-nos de desenganos. Estávamos no inicio do corredor agora, de repente ela segurou firmemente meu rosto e jogou sua última carta...

Vovó Bondade: Não tente nenhuma gracinha, querida. Ou algumas pessoas com as quais você se importa muito, podem se ferir! Apenas sorria suavemente. –Despejou sobre mim com um olhar sombrio e arrogante.

Engoli a seco e caminhei, senti como se cada perna estivesse com um conjunto de pedras penduradas, meu corpo estava pesando, minha alma quebrantada e meu coração explodindo de dor. Pensei em correr, mas se bem conheço esse tipo de gente, ela não iria me ameaçar em vão. Só me resta torcer para que em algum momento quaisquer dos “super heróis” venham ao meu encontro, menos Clark. Apenas a idéia de tê-lo em perigo me destrói, me fragiliza até o último fio de cabelo. Lembrei-me de uma parte dos nossos votos de casamento, onde eu dizia mais ou menos assim;

“(...) E, Clark, eu não posso imaginar um único momento da minha vida sem você. Prometo que sempre o protegerei, assim como você sempre me protegerá.”

Nesse momento o estou protegendo, ao menos, estou tentando ter o controle dessa situação bizarra. Continuo caminhando e luto contra meus pensamentos de que “se Clark ainda estiver? Se ele me vir? O que farei?”

Em meio a tantas perguntas, estou aqui me confrontando com meus medos e anseios, enquanto do meu lado, um ser completamente desconhecido e visivelmente perturbado me encara e me diz cautelosa para eu sorrir. 

Apesar da minha vontade eminente de socar-lhe o rosto, eu atendo ao seu pedido, nesse momento pude notar uma câmera bem adiante, Tess me chegou como um flash no ar e vi novamente o caminho se iluminar...

Do lado de fora eu encontro Dean e ele me dopa com algo dentro do carro esportivo preto, apago rapidamente e desperto longe, muito longe de onde estava e desorientada. Rezo para que tudo não passe de um pesadelo.

FIM DO FLASHBACK

Clark: Lois nunca esteve investigando essa senhora. –Pensativo.

De repente a porta se abre, é Chloe com Lizzie, a loira entra numa pressa surpreendente e sobrecarregada não só de coisas, mas aparentemente não é uma das suas melhores manhãs, pelas olheiras e o ar de cansaço.

Clark: Chloe? –Indo em direção a minha prima e pegando Lizzie numa pequena fração de segundos.

Tess: O que aconteceu? Algum problema com ela? Demonstrou novas habilidades? –Desconfiada, curiosa e tensa.