Lois
intuía que era uma péssima ideia ir com aquele bonequinho interiorano para a
sua Fazenda, mas não tinha muitas opções mesmo. Arriscou a viagem e os dois
foram em seu carro, o engraçado é que ela se perguntava “Como ele podia sair de
tão longe a pé?!”
—Vamos lá, super caipira,
mas vou logo avisando que se estiver com outras intenções eu deixo o “caipira
Junior” em pedacinhos. –Sorriu e CK ficou
vermelho feito um tomate.
—Não se preocupe. –Disse cabisbaixo.
Entre vários protestos e resmungos
chegaram até o meio do caminho. Sim, eles pararam e Lane surtou ao ver que se
esqueceu de colocar água no radiador.
—Não dá área aqui, estamos
no meio do nada e você fica aí quieto????? Ok! –Bradava com uma mão na
cintura e a outra segurando o aparelho.
—É melhor andarmos, a
fazenda não fica tão longe, Lois. Não adianta tentar usar o celular aqui. Amanhã
voltamos para pegar o carro. –Explicou serenamente
olhando ao redor.
—E se amanhã ele não estiver
mais aqui? Qual é Clark? Esse carro é a única coisa que eu tenho agora. –Palrou e se arrependeu por ter falado a última parte.
Os
dois trocaram olhares e ele puxou-a pela mão sem agressividade, mas como
incentivo para eles seguirem. Caminharam. Caminharam. O suor já pingava do
rosto de Lois Lane e a moça tinha um porte atlético. Mentalmente fazia ironia a
si mesma por toda aquela situação, estava tão distante que sequer sentia que a
mão do jovem Kent ainda segurava a dela.
—Lois? Corra! –Bradou o rapaz ao ver um lobo surgir à frente deles.
—Tá louco? Nem morta eu vou
correr com meus pés cheios de tilomas por causa de um bichinho peludo. –Disse determinada. Rolou os olhos e continuou caminhando
afoita.
O lobo mostra os dentes, CK não sabe se tira Lois com sua
supervelocidade, o que iria revelar seu segredo ou se tira o lobo. Espera? A segunda
opção é a melhor, mas enquanto pensava Lane se aproximou tanto quanto o lobo
dela, este avançou e Clark sentiu o desespero tomar conta de si. Correu e
tentou tirar o bicho de cima da jovem sem seus poderes, mas estava sendo inútil,
não havia outra opção aquele lobo tinha que sumir e olhou para o animal que
parecia corresponder ao seu olhar, foi quando o bicho se afastou de uma Lois
machucada e depois de ranger os dentes sumiu no milharal.
—Clark. –Sussurrou a filha do General Sam. Sua vista estava
embaçada, sentia-se um bife a parmegiana para aquele peludo.
—Você vai ficar bem Lois,
não se preocupe. Eu vou levar você para o hospital. –Prometeu.
FLASHBACK
Já fazia alguns dias que Clark havia descoberto uma
caverna com diversos segredos sobre ele.
Ainda havia conhecido uma mulher que conhece sua história. Ela se chama
Kyla e é descendente de uma tribo indígena que tentava proteger a caverna. Mas
alguns atentados acabaram por matar seus companheiros e só restou ela. Não era difícil
imaginar quem estava interessado naquelas “pinturas rupestres”. Um atentado a
um homem culminou em sua morte, foi quando aconteceu outro contra um
funcionário da Luthor corp, Marta Kent que trabalhava para Lionel e finalmente
para o próprio Lex Luthor, o que gerou uma grande discussão na família Kent. Enfim,
Clark descobriu que Kyla era a responsável e que ela podia se transformar em lobo.
Ele pensou que ela havia morrido, uma vez que a equipe de cientistas da
LuthorCorp a capturaram. Quando foi salvá-la já era tarde demais.
FIM
DO FLASHBACK
—Não! –Segredou.
Clark
não entendeu o porquê ela se negava a ir a um hospital, mas tinha que
contrariá-la. Os ferimentos dos braços da moça eram grandes e o da barriga
estava sagrando muito. Kal-El sentiu-se culpado, a sua parte humana o fez parar
para pensar em Kyla na pior hora possível e uma inocente pagou pelo seu
descuido. Por sua fraqueza emocional, ele jamais seria um herói daquele jeito.
Correu com Lane para o Hospital Central e depois de socorrerem a moça, a Xerife
chegou para ouvir os fatos da boca do jovem.
—Tudo o que me contou bate
com os fatos, jovem Kent, o que me intriga é: por que andava tarde da noite com
uma jovem pelo milharal? Até onde sei é comprometido com a senhorita Lana Lang.
Clark
permaneceu ouvindo aquela velha amarga. Estava estressado e ansioso para saber
da sua nova “colega”. Para sua sorte seus pais chegaram em meio aos sermões da
Xerife e ele contou tudo. Desabafou, mas não se sentia bem.
—Nós preferimos avisar a
Chloe quando amanhecer. –Disse a senhora
Kent.
—Essa prima da Chloe não tem
pais? Precisamos avisá-los. –Questionou Jonathan
Kent.
—Ela não falou nada sobre os
pais, só me pediu que não a trouxesse para cá. –Respondeu
olhando envergonhado para os pais adotivos.
—Filho, eu estou orgulhoso
do que fez. Salvou uma vida e agiu com maturidade. –Declarou brioso o Sr. Kent que colocou a mão no ombro do
último filho de Krypton. O médico surgiu no corredor, CK não conseguia controlar
suas emoções. Avançou e alcançou o médico.
—Como ela está? Lane. Lois
Lane. –Indagou irrequieto.
—Lamento garoto, informações
só para familiares dos pacientes. –Retorquiu
com ar de superioridade e indiferença. O rapaz não insistiu, segurou pelo
colarinho do médico e quase o fez virar pó com o calor que provinha dos seus
olhos chamuscados de fogo. Vendo a situação fugir do controle, Martha e
Jonathan correram e fizeram Clark voltar a si.
—Perdão, doutor. É que o
Clark a socorreu e nós estamos aqui há horas muito preocupados com o estado da
Lois. –Justificou Martha, antes de
o médico sair correndo pensando no “insano” que podia ser o dono daqueles olhos
azuis.
Naquele
momento ele duvidava até das galáxias, do poder do sol e das pessoas, menos
dela. Aquela moça feliz e sarcástica que chegou e lhe arrancou um sorriso e
tirou sua paciência. Era tudo tão diferente. Tão novo. Seu inconsciente queria
viver muito mais daquilo. Seu consciente julgava ser “cuidado” com o próximo.
Seu coração só sentia angústia. Dor. Culpa. Ninguém mexera tanto com Clark Kent
quanto aquela forasteira falante.
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