Naquele dia em especial foi Lois Lane quem acordou cedo, isso era quase um milagre em se tratando da mais nova contratada do D.P. Ela virou-se na cama e observou o rosto angelical do seu amado. Quando dorme fica duplamente sexy, Smallville. Pensou marota, havia sido uma noitada daquelas, estavam famintos e sedentos por ter um ao outro. Ela se deliciou um pouco mais com a imagem do jovem e levantou com o intuito de fazer uma surpresa naquela manhã de outono. Vestiu a camisa de flanela vermelha com preto e uma tanguinha por baixo e saiu rumo à cozinha. Martha Kent só chegaria às 9h30min da manhã. Não tinha com o que se preocupar.
Clark estava tão cômodo e tranqüilo que não ouviu o galo terminar de enunciar que o sol já banhava os céus. Mexeu-se um pouco em busca de algo, ou melhor, de alguém. Tateou e sentiu o lugar vazio, abriu os olhos como se fossem dois pratos fundos e sequer se espreguiçou, levantou correndo e desceu para ver onde Lois estava. Não usou sua supervelocidade, desceu um por um os degraus.
—Lois? –Chamou crispando a testa. Sentiu uma repentina arritmia fazer um espetáculo em seu peito ao não ver nem um sinal do furacão Lane.
—“A bela adormecida acordou!” - Disparou uma voz animada surgindo por trás do rapaz que quase se estabacou no chão.
—Onde estava? –Indagou se recuperando do susto, virou-se para encará-la e a puxou pela cintura.
Se há uma coisa que ele não conseguia ver era a vida sem Lois Lane.
—Eu não consigo ficar sem você. –Confessou com suas íris azuis fixadas no mar esverdeado que eram os olhos da moça. Estavam em pé na sala, abraçados. Ela envolvia suas mãos no pescoço masculino, e ele agarrava-a pela cintura.
Kal-El já não podia dominar a paixão, e esse amor tão bonito que os fez amantes presos em um só coração. Ele retirou uma mecha do cabelo que empatava a visão da jovem e entendeu que aquele corpo feminino guarda muitos segredos. Segredos estes que só ele é capaz de decifrar. Sorriu nostálgico. Ela tocou o abdômen dele, somente ela sabe decifrar os desejos que ele gosta de sentir e ele é consciente disso. Os dois são como a rosa e o espinho. O amor sempre inventa e se reinventa através de formas. Manifestos prazerosos e outrora simplórios. Não, não existe pecado para duas pessoas que se amam. Que se convertem em UM só ser. Ali mesmo no tapete felpudo e negro da sala de estar amaram-se. Os corpos dos dois se procuraram e através de toques e carícias se misturaram, num instante ele se tornou ela e vice versa. Ficaram abraçados durante cerca de meia hora até que alguém tocou a porta insistente.
—Oh Meu Deus, Clark! –Resmungou uma Lane desesperada, que se levantou caçando suas roupas pelo chão da sala. Quer dizer, sua calcinha e a blusa flanela de CK que havia vestido na noite anterior. Ele apenas sorriu achando graça da situação e por poder se vestir em uma fração de segundo consideravelmente impossível.
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—Lois? Clark? Vocês estão aí? –Perguntava uma voz conhecida. Era Sullivan, a prima e madrinha de casamento de Clark. Sua voz soava nervosa.
—Olá, Chlô! –Saudou Lois vestida. O olhar da loirinha foi dos pés à cabeça da prima, aliás, o cabelo revolto da filha de Sam gerou crise de riso discreta em Chloe.
—Atrapalho algo? –Pergunta risonha fazendo uma careta de deboche. Sullivan fez um sinal pra alguém que estava atrás dela e logo a casa se encheu de gente.
—Claro que não! –Exclamou a futura senhora K revirando os olhos e sendo admirada por alguns homens que faziam parte do Buffet.
—Você marcou comigo as 10h00. –Falou em um tom recriminatório. Já passava das 11 (onze). Lois ficou corada e sentiu a presença de Clark atrás de si. —É melhor se vestir ou vai causar um infarto em um dos rapazes. –Falou recebendo um olhar assassino de CK que passou a mão na cintura de Lane. Lois deu uma tapinha no braço largo e másculo para se liberar do agarre e subiu correndo as escadas.
Não demorou muito para Kal-El colar na filha do general e usar de alguns recursos para atrasar sua saída.
—Nos vemos mais tarde, Clarkie. –Sussurrou ao pé do ouvido do moreno fazendo-o se arrepiar. Ele sorriu bobalhão e se despediram com um selinho.
Como toda noiva, Lois passou por grandes transformações no visual. Fez a maquiagem e resmungou horrores por causa do calor e da demora da maquiadora, assim como xingou a si mesma umas trocentas vezes por decidir fazer uma trança espinha de peixe. Estava impaciente. Quando finalmente se livrou da cabeleireira...
—Ah Meu Deus, Chloe, eu vou me atrasar para o casamento! –Falou exasperada.
—Ainda falta uma hora, Lois e receio que chegar atrasada não é uma marca única dos Lane em se tratando de casamento. Rsrs. –Ponderou risonha. A futura senhora Kent girou os olhos, deixando transparecer seu nervosismo.
—Não vejo problema em fazer diferente, afinal, estamos falando de mim... Lois Lane. –Retrucou seguindo o jogo da prima. É melhor você ir se vestir, não quero ficar sem madrinha no altar, Chlô. –Sugeriu.
—Não se preocupe, nada poderia me impedir de ver você se tornar a mulher do homem de aço. –Contestou com um sorriso sacana, enquanto isso a outra jovem bebia um líquido roxo, suco de uva talvez.
—Tá bom, mas me ajuda a vestir o vestido de uma vez e então você vai se trocar. –Disse deixando o copo vazio no console.
Sullivan suspirou resignada e ajudou a prima a vestir-se de uma vez por todas, em seguida saiu para o Talon a fim de preparar-se para a grande ocasião. O vestido de Lois havia sido escolhido por ela e Martha Kent, era rodado embaixo e tomara que caia. Justinho para acentuar as curvas do seu corpo e branco. O destaque estava nos drapeados da parte inferior do vestido. A grinalda longa e com detalhes de renda, algo discreta e romântica cobria toda a extensão das costas femininas e forrava o chão como um Red Carpet de Hollywood. O sapato branco de pelica e com o salto discreto a deixou estonteante. Estava pronta. Não queria e nem podia sentar para não enfear o vestido. Sentiu um nó na garganta quando pensou em Ella Lane, queria que ela estivesse ali para aconselhá-la e para assistir todo aquele “show” que iniciaria em alguns minutos.
Bufou frustrada com a demora de Oliver Queen em ir buscá-la, ele a levaria ao altar na ausência de Jonathan e Sam Lane. Discou o número do playboy e caiu na caixa postal, mas logo ele tocou a porta e ela a abriu, com um sorriso largo no rosto.
—Estava prestes a lançar uma maldição em você, Ollie! –Confessou burlona e aliviada.
—Já fui amaldiçoado, perdi você. –Contestou seco e com um sorriso fechado.
Os dois caminharam até a limousine branca (Lincoln) e o chauffeur abriu a porta para a noiva entrar, seguida por seu acompanhante. Lois caminhou até o altar sendo levada por Oliver, e então Clark a recebeu como manda o figurino. Não havia ninguém do passado entre eles. Seus corações se renovaram ao estar um ao lado do outro, foi uma emoção especial, algo natural depois de tantos anos de se conhecerem. Enquanto o padre discursava eles acordaram-se de quando um chamava o outro e se encontravam ou quando um buscava o outro e novamente estavam caminhando juntos. Não havia duvida alguma Clark Kent estava em seu lar. As palavras daquela mulher eram sua verdade. Era maravilhoso dormir sob sua pele. Ser-lhe fiel. Sim, ela era a sua vida agora, diferente das outras que haviam sido apenas uma casualidade. Seus olhos brilharam ao dizer adeus internamente a aquela solidão depois de tantos anos. Ao sentir os olhos esverdeados tocarem seu ser, sentiu-se cuidado e abraçado. Não havia frio junto a ela e em um diálogo silencioso ela compreendeu que ele lhe entregara tudo o que era. Haviam dito o "Sim". Ela havia recebido aquela aliança como o sinal do seu compromisso e amor, agora a senhora Kent sob o olhar de todos os amigos e das testemunhas daquela união colocava o anel dourado no dedo do homem. Ele sorriu ao sentir que era a sua outra metade e por agora compartirem toda a eternidade um com o outro. Segundos depois se aproximaram, havia o pedido da platéia por um beijo do casal, mas o kryptoniano retrocedeu sentindo-se estranho.
—Clark?! –Gritou Lois chocada.
—Oliver? –Chamou ao vê-lo com cara de contentamento diante da cena.
Naquele instante caiu a ficha da loirinha, o arqueiro verde e amigo da liga fora corrompido. Ela o puxou pelo antebraço e ele a lançou há metros de distância. Os olhos do milionário garanhão de Metrópolis ficaram negros e os convidados saíram correndo desesperados. Não havia nenhum herói, ninguém da liga. Todos estavam de plantão na ausência de CK e Oliver. Clark se recompôs e prostrou-se na frente de Lane, não ia permitir que a escuridão a lastimasse.
—Esse não é você, Oliver. –Falou tentando convencer ao loirinho que estava possuído pela escuridão.
—Ollie, lute contra isso, você é o melhor amigo que eu já tive, eu te amo. Por favor, por favor, não se deixe levar pelo seu lado escuro. –Pediu sendo amparada por aquele que se tornara seu esposo minutos atrás.
—Vocês escolheram lutar contra mim e agora irão sucumbir assim como todo aquele que não se render às trevas. –Informou com uma voz rouca e cheia de frieza.
—Sempre há esperança até para as almas mais escuras, Oliver. –Declarou o viajante que rompeu com a distância entre eles dois, e foi lançado com facilidade contra a parede aonde Chloe jazia inconsciente no chão.
—Não!!! –Bradou Lois nervosa. Sentia suas pernas tremerem assim como o seu queixo, não conseguia mover um músculo sequer. Estava em choque. Sentiu sua respiração se alterar quanto à figura do seu ex-namorado se aproximou dela. Queria socá-lo, mas sairia mais machucada e não serviria de ajuda.
—Eu sei que ainda está ai, lembre-se que a maldade destrói tudo aquilo que ela não ajudou a construir. Nós amamos você, Oliver. Eu acredito no seu coração e sei quem você é. Lute! Fique conosco! –Argumentou fixando seus olhos nos dele.
Não conseguiu se fingir de forte, aquele era para ser um dia perfeito e estava um caos. Clark aparentemente perdera os seus poderes. Chloe estava inconsciente e provavelmente machucada. Os convidados haviam corrido desesperados. Estava devastada por ver aqueles que ela amava se ferirem ou perder-se num caminho sem volta. Permitiu-se chorar e então viu um líquido negro escorrer pela face do milionário. Uma vez segura de que o amigo estava de volta, Lane o abraçou. Nada melhor que sentir-se querido num momento de incertezas e dúvidas. Ele estava envergonhado por deixar-se persuadir pela maldade.
—Bem vindo de volta, Oliver. –Disse ao se separarem. Ela dedicou-lhe um sorriso de boca fechada e em uma fração de segundos a imagem de Clark e Chloe sendo lançados do outro lado da igreja invadiu sua cabeça.
—Eu sinto muito! –Sussurrou derrotado ao ver a loirinha correr para acudir ao marido e a prima que permaneciam desacordados no chão.
—Clark, você está bem? Clark? Por favor, fale comigo, Clark?! –Suplicou ao vê-lo tão frágil.
Pela primeira vez sentiu-se aterrada com aquela cena, estava acostumada a vê-lo forte e desafiando as leis do universo, mas não a ver sua derrota. Suas íris capturaram o momento em que o homem mexeu com a boca e o seu peito subiu e desceu mostrando que ele estava vivo, para seu alívio. A mão do Arqueiro estava pousada sobre o ombro feminino da repórter em sinal de apoio.
—A Chloe vai ficar bem, vou chamar o Hamilton. –Avisou em um tom baixo. A culpa estava encharcando seu espírito guerreiro e altruísta.
Lois não teve tempo de assimilar a informação e nem de abraçar CK, as portas grandes de madeira abriram-se de um golpe e nela apareceu uma figura desconhecida. Uma mulher de idade, com cabelos brancos e pele clara que parecia realmente uma boa mulher, não fosse pelo sorriso maquiavélico que esboçou em seus lábios ao contemplar a cena do lugar devastado e das duas pessoas desacordados.
O casal de amigos cruzou olhares de cumplicidade, em uma conversa silenciosa. Antes que pudesse reagir, a Vovó Bondade fez um movimento com as mãos e usufruindo dos seus poderes arqueou Oliver asfixiando-o diante do olhar aterrorizado da esposa de Kal-El.
—Pare, vai matá-lo. –Exclamou com uma dose de ousadia na voz. Nesse momento a anciã sorriu satisfeita com aquela determinação e com aquele olhar desafiador da moça. Lois Lane deu passos firmes em direção àquela visitante. O que quer? –Indagou sem nem pestanejar ou gaguejar. Não tinha espaço para se deixar levar pelo medo, seus amigos precisavam da sua esperteza e garra agora.
A serva de Darkseid não falou nada e nem precisava, seu olhar de cobiça direcionado à jovem respondeu tudo. Largou um Oliver sem sinais vitais aparentes no chão.
—Lois?! –Sussurrou uma voz grossa, porém doce e conhecida. Ela sorriu sentindo-se aliviava por ouvi-lo novamente.
—Clark?! –Falou aliviada e comovida. Ouvi-lo a fez esquecer-se da presença sombria daquela mulher maquiavélica. Ele se levantou com torpeza, mas não teve a chance de se aproximar da sua mulher. Vovó Bondade surpreendeu Lois com um movimento que a derrubou e a conduziu até a mulher, estava aprisionada sob um poder invisível.
—Afaste-se dela! –Advertiu corajoso e em um tom ameaçador.
—Não pode me enfrentar, Kal-El, não passa de um humano inútil agora. –Aclarou frívola e com um sorriso esnobe.
—Não se preocupa, Smallville, eu vou fazer essa velha se aposentar e ir morar num abrigo rapidinho! –Falou com o bom humor e sarcasmo de sempre.
Lane se revirava toda para livrar-se daquele agarre estúpido e nada. Não foi preciso mais nem uma palavra, a vilã acabou saindo dali de uma forma sobre-humana. E Lois já não estava mais lá. O Viajante sentiu-se o pior dos maridos e dos seres, foi incapaz de proteger a mulher que ama, e a viu ser raptada por uma força sombria e poderosa que talvez a matasse. Estava afundado na sua dor e culpa. Chloe recobrou a consciência assim como Oliver Queen alguns minutos depois e a emergência chegou para socorrê-los, assim como a xerife. Oficialmente não seria feito nada além de buscas pela jovem.
—Você ta bem? –Perguntou Sullivan ao ver o melhor amigo perdido em si mesmo. Parecia “ido”.
—Era kryptonita dourada, Chloe. –Explicou sem encará-la. E ela compreendeu que ele carregava toda a culpa por não poder salvar Lois. De fato, ele sentia que jamais seria o herói que Jor-El tanto mencionou. Talvez não fosse o seu destino ser tão grandioso ou simplesmente ele não era capaz de ser. Esses eram seus pensamentos, tortuosos e repetitivos.
—Se tem uma coisa que aprendi com você é que heróis são feitos pelos seus valores e pela sua resistência às adversidades. Você não podia fazer nada para impedir a Vovó Bondade, Clark. Sei que irá recuperar os seus poderes, você sempre dá um jeito! –Argumentou.
—Talvez a Kara tenha a solução. –Falou com um brilho de esperança nos olhos. Chloe deu um sorriso reconfortante para o amigo.
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EM ALGUM LUGAR
Lois foi levada para um casarão aonde Vovó Bondade encontrou Desaad, outro servo de Darkseid, um torturador e engenhoso inventor. Seu olhar era tão frio que penetrou o corpo da jovem causando-lhe uma enorme sensação de desconforto. Aquele ser vestia um manto púrpura, uma espécie de estilo que ele fazia questão de manter há séculos. A figura masculina era ruiva, de olhos grandes e castanhos, queixo com uma covinha, sobrancelhas grossas, alto e com ar de supremacia que não intimidou a esposa de Kal-El.
—Ora, ora, o que temos aqui. –Falou encarando-a e se aproximando. Aquele ser transbordava energia negativa e Lane podia sentir seu corpo pesando e sua ira aumentando. Queria quebrar a cara daqueles dois e iria fazê-lo assim que tivesse uma chance.
—Cuide para que ela esteja pronta. –Informou a velha se retirando daquele lugar. Estavam em um sótão escuro, úmido e visivelmente abandonado.
Lois apenas respirou fundo com aquela “deixa” da mulher de meia idade. Sentiu como aquela dor que antes era leve se intensificou passando a invadir suas têmporas. Fechou os olhos num gesto espontâneo e comum para ver se quando os abrisse novamente aquela dor já não estava mais ali. Engano. Puro engano. Quando abriu novamente os olhos se confrontou com as íris escuras do servo da escuridão, engoliu a seco a sua vontade de gritar. Sentiu asco quando aquela mão áspera e grande tocou o seu braço acariciando-a. Seus corpos estavam à escassos centímetros um do outro. Num ato de repulsa Lois deu uma cabeçada no seu seqüestrador separando-o dela, aproveitando o atordoamento daquele que habitava em um corpo humano, mesmo com dificuldades para correr com aquele vestido de noiva e aqueles sapatos novos que faziam bolhas nos seus pés, ela correu até a primeira porta que encontrou. Forcejou a maçaneta e estava trancada, agiu com esperteza e pegou um berilo que trazia embutido naquela cabeleira longa e loira para abrir a fechadura. Mas antes que pudesse usar suas habilidades adquiridas na adolescência, sentiu uma mão puxar-lhe pelos cabelos, trazendo-a na direção contraria a que queria ir.
—Aonde pensa que vai, querida?! –Falou e a mulher descobriu más intenções numa olhada de rabo de olho.
—O Clark vai acabar com você e a sua trupe de palhaços emo. –Verbalizou encolerizada.
Desaad a puxou contra si e sentiu como os batimentos cardíacos dela estavam acelerados.
—O último filho de Krypton foi morto antes de você chegar aqui. Tiramos os poderes dele para sempre e a intergangue cuidou de fazê-lo sangrar feito um porco até morrer. Se quiser posso trazer a cabeça dele e dos seus amiguinhos, para que não restem dúvidas de que a escuridão venceu. –Confidenciou e sentiu como o corpo feminino tremia.
A respiração dela estava alterada, um misto de emoções e sentimentos explodiu no mesmo instante em seu ser. Empalideceu. Podia ouvir a voz de Clark dizendo-lhe adeus e Desaad destruindo toda a sua ilusão. Não ia retrucar, não queria pensar e nem imaginar toda aquela situação. Ao final, seu herói havia ido embora, estava longe dos seus olhos embora ainda o sentisse vivo em seu coração. Pela primeira vez não escondeu suas lágrimas. Já nada restava do seu amor. Era como uma rua deserta e sem luz e o dia, o dia era chuvoso e vazio. Sem ele não havia mais nada. Só queria poder chorar. Ainda podia senti-lo, sonhá-lo e amá-lo. Tinha tatuado na pele o cheiro dele e suas carícias da noite anterior. Mas como doía imaginar que os beijos dele já não seriam capazes de abraçá-la, que suas mãos já não poderiam tocá-la... Tocar cada centímetro do seu corpo. Esse mundo é injusto e muitas vezes insano. Queria que esse inferno acabasse logo, olhou para o homem com desprezo...
—Já pode me matar, não sou como vocês e nunca serei. –Informou decidida e não queria aparentar nada mais, mas estava destruída. Não queria existir num mundo aonde não existisse o seu “garotão”.
—Isso é o que veremos! –Replicou derrubando-a no chão e jogando o peso do seu corpo contra o da repórter. O homem tinha poderes e dentre eles uma força inumana.
Desaad e Vovó Bondade sabiam que não conseguiriam corromper a alma da filha de Sam Lane facilmente. Até aquele momento ela tinha o coração puro e a dupla do mal havia planejado tudo... Lois Lane nunca mais seria a mesma.
Lois se debateu, cuspiu na cara daquela “coisa” que se dizia um solado da escuridão, mas não logrou separá-lo do seu corpo, ao invés disso recebeu um golpe na face que a fez ficar desorientada. Ele depositou um beijo nos lábios femininos que balbuciavam o nome do último filho de Krypton. O servo das Trevas sorriu sádico e a levantou sem dificuldade alguma, jogou-a contra a parede e arrancou-lhe aquele vestido branco. Patético, segundo os pensamentos dele. Vislumbrou-se com aquele corpo curvilíneo bem dividido, e mesmo com a repulsa e os protestos, passou a mão pela coxa da mulher que agora era a sua presa. Lois se sentiu terrível, jamais havia se sentido tão frágil. O homem parecia se divertir com as tapas que ela lhe presenteava, parecia um afrodisíaco que o fazia ter mais e mais vontade de possuí-la ali mesmo. Não desistiu, mas ele era forte. Desaad tornou a agredi-la na face e dessa vez uma fina camada de sangue escorreu pelo canto da boca da jovem, asqueroso ele limpou com a língua aquele líquido vermelho. Maquiavélico e ciente do atordoamento de Lane, ele aproveitou o momento para tirar o cinto de couro e se livrar da calça. As pupilas de Lois dilataram no instante em que assistiram aquele ato, com certa brutalidade ele segurou-a pelo queixo e a fez encará-lo antes que pudesse executar qualquer ato...
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