—O que quer dizer com isso, Clark?
–Pergunta já sabendo a resposta. Na verdade ele estava diferente, mais maduro
embora tivesse o mesmo estilo e a mesma compreensão de sempre.
—Nós dois não fomos feitos para
ficar juntos, Lana. –
—Clark?! –Sussurrou
—Adeus, espero que seja feliz com o
Lex. –Declarou antes de sumir com sua supervelocidade. Não estava preocupado
com o fato de ela saber o se segredo, cedo ou tarde todos saberiam e por mais
que a mestiça não fosse ingênua e fiel como pensava, no fundo sentia que ela
guardaria o seu segredo e torcia por isso, caso ela não o fizesse no momento
certo ele iria intervir. Agora só tinha uma coisa na sua mente, ou melhor, uma
pessoa.
--
FAZENDA
KENT
Clark chegou
apressado, estava ansioso para ver Lois, precisava contar a ela o que havia
acontecido e dizer o que estava sentindo. O filho adotivo de Martha e Jonathan
Kent a buscou na cozinha e em seguida no seu antigo quarto, que Lois tomou
desde que chegou à cidade. Sua tristeza foi notável quando não encontrou nenhum
vestígio do “furacão Lane”.
—Ela se foi, querido. –Informou a
senhora ruiva. Ele abaixou a cabeça e recebeu um abraço da sua mãe. O jovem
focou no lugar vazio do sofá aonde Lois costumava ficar assistindo e
resmungando com os caras do MMA. Ela não estava lá. Pior ainda: ele a fez ir
embora. E ele ali estava. Apaixonado, com o coração latente doendo, esperando
que no fundo ela pudesse retornar. Passou cerca de meia hora rondando pela casa
e então se deu conta do lugar vazio da mesa, da cama, do planeta, não
agüentaria mais um minuto sem ela. Aquele silêncio era tortura, infelicidade e
uma conseqüência dura de enfrentar.
Seu cérebro
reclamava quando ele não dizia seu nome e isso era só porque ele só se sentia
bem quando o estava dizendo o tempo todo. Agora entendia tudo. Seu cérebro
martelava o som das suas reclamações, das indagações e imprimia tanto Lois Lane
que isso era necessário pra Clark Kent existir. Quando ele fingia não
escutá-la, estava ouvindo sua voz e tentando dar conta de gostar de uma mulher
tão diferente, tão inspiradora e espetacular.
Mas agora, seu espírito grita para continuar. E o kryptoniano não consegue
usar a velha filosofia de "deixar ir embora" porque seria dar vida ao
ser derrotado que ele não quer se tornar. Porque seria arriscar uma ida sem
volta e isso é demais até para um homem com superpoderes agüentar. Kal-El
estufou o peito e decidiu arriscar, ela não poderia estar tão longe e se estiver
a encontrará. O filho de Jor-El saiu à procura da sua felicidade, deixando
Martha Kent orgulhosa e ao mesmo tempo preocupada por o que ele podia
encontrar. Afinal, o amor é sempre tão complicado.
--
—Dado que a senhorita vai ficar
comigo, vou providenciar algumas coisas. Rsrs. –Avisou Queen com um sorriso
amistoso.
—Ollie?! –Responde grata ao homem
que estava dirigindo o seu porsche amarelo. Uma chuva fina caia limpando o
vidro do carro e as ruas de Pequenópolis. O veículo finalmente estacionou e
Oliver saiu primeiro para abrir a porta do carro para Lane. Em poucos minutos o
homem estava com sua jaqueta empapada com os pingos da chuva. Lois logo teve
aquelas gotas salgadas do dilúvio penetrando em sua boca, encharcando seu
cabelo e sua roupa. Queria que pudesse lavar sua alma, mas era um desejo
insólito e impossível. Estava tão distraída que não viu a pequena elevação ente
o meio fio e a calçada, não fosse pelo homem que estava ao seu lado teria
levado uma bela queda e então seriam joelhos e coração machucados. O herdeiro
das indústrias Queen a segurou e ajudou a se recompor, ficaram a poucos
centímetros de distância. Ele sorriu meigo e recebeu outro sorriso um pouco
introspectivo como resposta.
—Está precisando voltar a se
exercitar, pernas. –Brincou tentando amenizar aquele clima. Tê-la em seus
braços era tentador e não beijá-la era um sacrifício que exigia muitos valores.
—Pois é, faz tempo que o meu
professor me deixou na mão. –Retrucou encarando-o desengonçada nos braços dele
e cheia de humor.
—Seu professor é um tolo, mas ele
vai se redimir. –Contesta com olhar enamorado.
—Acho melhor nós entrarmos, não sou
lavoura! –Declarou e quase cortou o clima, mas o milionário foi mais esperto e
debaixo daquele toró a beijou. Sentia a maciez dos lábios molhados dele tocar
sua boca, eram tentadores e ao seu gosto. Tinham sabor de hortelã e um toque de
desejo, talvez até esperança, paz. A chuva ia cessando pouco a pouco. Lois
acabou interrompendo o beijo e desconcertada deu o pontapé inicial para entrar
no edifício, sendo seguida pelo homem.
—Acho que um bom banho agora vem a
calhar. –Falou com seu tom bem humorado de sempre, rompendo aquele silêncio
incomodo que havia se instalado no ar. Lois assentiu com a cabeça que sim.
--
Clark havia
percorrido todo o trajeto que Lane faria e nada. O filho dos Kent se perguntou
repetidas vezes como a filha de Sam Lane podia ser tão ágil e em um sorriso
abobalhado concluiu que era “Lois Lane” afinal. Quando o jovem se deu conta já
estava no Talon e desta vez deu com a cara na porta, Chloe havia saído.
Insatisfeito ligou para a amiga e só dava caixa postal, sua preocupação só
aumentou. Sem se dar por vencido lhe veio um nome à cabeça e então rumou ao
encontro da pessoa que podia lhe ajudar.
—Você e a sua mania de fazer uma
bela anunciação de chegada. –Disparou Oliver ao ver Clark Kent em seu
apartamento o encarando.
—Não tenho tempo para apresentações,
a L...
—Clark?! –Chamou a loira que tinha
vontade de sumir.
O kryptoniano
ficou boquiaberto, eles haviam recém saído do banho, era notável. E para piorar
tudo SUA garota estava com uma blusa pólo branca do homem e nada mais. Talvez
de calcinha, mas não dava pra ter certeza. O superboy sentiu seu sangue ferver
e certamente seu rosto que tinha uma feição dura o delatava agora. Descarado o
loiro aguado (pensava CK) apenas soltava um meio sorriso, provavelmente estaria
rindo da cara dele ou de satisfação. As janelas killers da mente de Kent
entraram em ação e imediatamente jogaram-lhe imagens de Lana lhe traindo com
Lex, em seguida, e para finalizar de Lois fazendo amor com o Arqueiro.
—Estávamos preocupados com você.
Você saiu sem nem ao menos se despedir... –Falou entre dentes. Estava
transbordando de ciúmes por dentro. Lois se aproximou deixando-o atontado com
suas pernas descobertas e bem sedutoras...
—Sabe como é, Clark, costumo dar as
pessoas o mesmo tratamento que elas me dão.
—Pois é, acho que haverá um samba em
Marte no dia em que Lois Lane se deixe manipular por pessoas imaturas. –Provocou
Oliver, que se aproximou de Lois e sustentou seu braço nos ombros da mulher que
lhe dirigiu um olhar atravessado.
—Você (Lois) e eu precisamos
conversar. –Disse em um tom apelativo, queria que Queen saísse e os deixasse a
sós, mas parecia uma missão impossível.
—Qual é, Clark, não to a fim de ouvir sobre a
montanha russa “Lana e Clark”, seu futuro já está escrito bem na sua frente.
Você vai para a faculdade da cidade, fazer Zootecnia ou agronomia, com segunda
opção em homem da lei, e então, você e Lana vão ter um belo casamento na igrejinha
mais próxima da cidade ou talvez na única. Está escrito nas estrelas e você meio
que sabe. É só uma questão de tempo antes de você entrar para o campeonato de
boliche, assumir a fazenda e daí, bem, você e Lana podem trazer o pequeno Clark
Jr. ao mundo. –Disparou antes que Oliver os deixasse sozinhos e se
convertesse em uma completa idiota, não ia voltar a acreditar em uma relação
com aquele cara magnânimo, não podia, tinha que ser forte e não se deixar
comover pela lábia do fazendeiro.
—Como pode ver ela está bem, Clark. Então,
já pode voltar para casa, tranqüilo e satisfeito. –Sugere colocando as mãos no
bolso do jeans. A vontade de CK é dar-lhe um soco no meio da cara, ao invés
disso, o kryptoniano estufou o peito e agiu por impulso ao pegar Lois Lane e
sumir com ela usando seus superpoderes.
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