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sábado, 4 de outubro de 2014

Lábios de Carmim. Superman. Capitulo 13.

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—Não! –Murmurou.

Rezava para que algum dos heróis chegasse ali logo ou preferiria morrer, a ser possuída por aquele monstro asqueroso. Sentiu como sua bile subia queimando e arranhando sua garganta. Sorriu internamente e decidiu por pra fora o líquido esverdeado, este foi jorrado no homem. Ele fez apenas uma careta diabólica, entendia muito bem o que se passava na mente daquela mulher astuta e corajosa, não esperou, fez um gesto brusco obrigando-a a abrir as pernas e penetrou no corpo feminino. Lane gritou com a dor, sentia como se sua carne estivesse sendo rasgada com cada investida daquele ser. Seus pensamentos estavam somente em Clark. Ele era a sua única esperança e o que lhe dava forças para aguentar aquela tortura.

—Vejo que não consigo lhe converter, vou que matá-la. –Diz saindo de dentro dela e se vestindo.

Seu olhar obscuro e frio estava compenetrado naquele rosto que era belo, porém de uma reles humana. Ela tirou forças de onde não tinha e deferiu-lhe algumas tapas (inúteis), mas de repente sentiu uma rajada de vento e o sujeito estava apartado do seu corpo.

—Clark?! –Titubeou e o homem ficou chocado ao ver sua amada.

Sua maquiagem estava borrada, as bochechas estavam manchadas pelo lápis preto que antes delineava bem os seus olhos amendoados, e pelas lágrimas derramadas. Seu nariz estava vermelho pelo golpe que havia levado, seu sangue coagulado manchou até a parte inferior do queixo.

—Lois! –Exclamou saindo do choque em que se encontrava e a abraçou.

Ela queria gritar, mas apenas chorou. Um choro silencioso. Seu rosto estava agora apoiado no ombro largo do kryptoniano. Ele a sentiu. Ela estava tremendo e totalmente desprotegida. Desnuda e muito abalada, não era uma visão típica de Lois Lane. Ficaram abraçados por alguns minutos até Kara surgir por trás deles e o seu primo tomar uma decisão...

—A Kara vai levar você para casa. –Informou fixando seus olhos nos dela, que estranhou aquele novo tom das íris do garotão... Parecia haver escurecido mais, estavam com tom pesado e desconhecido.

—Não, eu não vou sem você, Clark! –Advertiu preocupada. A sobrinha de Jor-El se aproximou.

—Vá com a Lois, Kal-El, eu cuido da escuridão. –Sugeriu.

Kara podia ver a ira nos olhos de Clark Kent. Lane lançou um olhar suplicante que ele não notou, estava perdido na visão de Desaad que acaba de se reerguer.

—Tire a Lois daqui, vai! –Ordenou.

—Tudo bem, mas não caia no jogo deles, não se deixe persuadir pela escuridão, você é mais forte que isso, Kal-El.–Avisou antes de sumir dali com a amiga.

—Nunca mais vai ferir quem amo! –Bradou e viu um sorriso de deboche do servo de Darkseid.

—Escolheu bem a sua fêmea, Kal-El. Ela é deliciosa, passiva e muito feroz, mas satisfaz. –Comentou bazofiado. Viu a ira tomar posse do rapaz e dai para ele ser uma presa fácil era uma questão apenas de tempo.

Clark não conseguia suportar aquele soldado negro soltando impropérios e avançou para cima dele. Os dois fizeram do velho sótão um ringue e pouco a pouco foram destruindo. Pilares derrubados, paredes com grandes buracos depois de ser alvo equivocado deles. Nenhum dos dois cedia... E a cada minuto a alma do jovem Kent se perdia sem que ele percebesse.

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E como prometido Kara levou Lois para casa, sua nova casa como Senhora K. Ela estava com olhar vazio e imersa em seus pensamentos. A jovem kryptoniana não conseguiu decifrar, mas dada as circunstancias que a encontraram podia imaginar o que se passava na cabeça da jovem Senhora Kent. Sentiu como Lane pedia um desejo em silêncio, queria que Clark estivesse ali.

A filha de Sam Lane sentou-se na cama de casal, parecia estar em outro mundo. Sentia que era como um deserto, sem água, sem alimento para sobreviver. Aquele dia a fez entrar em um abismo, ou melhor, o amor fez. Já saía o sol, mas para aquela mulher, todavia não amanhecia, não havia água naquela fonte e tampouco brilho em sua alma. Queria ouvir a voz de CK a cada minuto, sempre e para sempre.

—Lois, graças a Deus você está bem! –Falou Chloe, que surgiu ansiosa no quarto.

—Preciso ir ajudar Kal-El, cuide dela?! –Pediu.

—Claro!

Kara sumiu e Sullivan abraçou a prima que estava imersa em seu mundo. Naquele instante a repórter recém contratada do Planeta Diário se levantou e se dirigiu até o banheiro. Precisava tirar os resquícios daquela tormenta que havia atravessado, precisava se sentir limpa novamente. Chloe apenas a observou enquanto se afastava, procurou uma roupa para a prima e chamou Hamilton.
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A guerra entre Clark e Desaad estava prestes a acabar ao menos fisicamente. O corpo daquele desgraçado estava todo ferido, e ainda assim ele sorria com malicia. Não suportando mais, Clark levantou o braço para deferir o último golpe. Iria matá-lo sem piedade. Precisava acabar com ele, era uma questão de honra e de lavar a alma. Pensava.

—Vou acabar com você pra sempre!

E golpeou-o tão forte quanto uma explosão galáctica. Libertando espécimes estranhas daquele hospedeiro, tão negras quanto a alma daquele soldado. De repente aquelas “coisas” fizeram um circulo no acima da cabeça do último filho de Krypton e se organizaram em uma linha reta. Iriam invadir aquele corpo humano. As pupilas do jovem Kent dilataram no mesmo instante. “Era isso”, sussurrou para si próprio. O sequestro de Lois, a tortura que lhe fizeram passar, a falta de poderes... Era um plano para corromper a sua alma e dominá-lo. Haviam conseguido concretizar tudo com êxito. Não ia ficar parado enquanto a escuridão o dominava, pensou em correr com sua supervelocidade, mas quando moveu os pés sentiu que seus poderes haviam sumido. Preocupou-se, mas milésimos de segundos antes daquela força do mal possuí-lo sentiu o ar ser liberado a sua volta e uma luz branca invadiu todo o lugar.
Kara havia usado o seu bracelete e havia funcionado. Minutos depois a escuridão havia desaparecido completamente. CK sorriu aliviado e ruborizou-se quando a sua prima o encarou.

—Não importa se você é uma pessoa boa, a escuridão sempre irá testá-lo, só precisa acreditar mais em si mesmo, Kal-El. –Declara tentando aliviar aquele amontoado de culpa que o invadia novamente.

—Preciso encontrar a Vovó Bondade, ela está à solta. –Informou num tom colérico.

—Antes de vir para cá eu a encontrei e a bani para a Zona Fantasma. Não se preocupe! –Avisou.

—Não sei o que teria acontecido se não tivesse chegado a tempo, obrigado. –Confessou.

—Sempre estarei onde você estiver, Clark. Agora precisamos ir, há alguém que precisa encontrar.

Vendo que o primo estava sem poderes, Kara o carregou até o apartamento em Metrópolis, o novo lar do casal Kent. Ele vasculhou a casa em busca da mulher e a encontrou no quarto junto com Chloe.

—Que bom que está bem, me assustou! –Disparou Chloe abraçando-o forte enquanto falava. Afastaram-se e ele cravou seu olhar no da mulher em frente a eles.

—Tive que dar um “sossega leão” a ela, o Emil disse que amanhã de manhã ela estará bem. O que houve, Clark? Eu nunca a vi tão arrasada.

Clark e Kara contaram para a amiga tudo o que havia acontecido desde a invasão no casamento. Chloe contou que Oliver sumiu depois que recobrou a consciência, certamente iria passar um tempo fora até que sua vergonha passasse. Jimmy estava submerso em seu amontoado de afazeres no Planeta Diário, notícias surgiam aos montes e sua noiva conseguiu despistá-lo depois do acontecido no casamento, não queria que ele se envolvesse naquela guerra e nem podia permitir que ele soubesse a verdade sobre seus amigos. Chegou a vez do homem de contar a Sullivan como havia conseguido alguns poderes temporariamente. Kara usou um cristal verde claro (kryptonita), ela criou para dar poderes temporários a humanos. Clark conseguiu esses poderes por algumas horas até que eles desapareceram novamente, como era previsto. Era um humano agora e talvez devesse se acostumar com isso para sempre.

Passava das quatro da manhã quando se despediram e foram descansar. Clark banhou-se e deitou ao lado de Lois, abraçando-a para protegê-la com seu corpo. Ela não acordou. Parecia dormir tranquilamente, estava com o semblante sereno.

As horas passaram e quando Lois acordou naquela manhã cheia de sol sentindo os braços másculos a estreitarem contra outro corpo. Virou-se e admirou aquele homem com quem havia decidido compartilhar o resto da sua vida. Como se soubesse que ela estava o observando, ele abriu os olhos e esboçou um sorriso nostálgico. Alisou o cabelo da mulher...

—Eu te amo! –Declarou sem desviar seu olhar do dela. Uma lágrima escorreu pelo rosto de Lane...

—Eu também te amo, Smallville, mas eu não sei se podemos ficar juntos depois... Depois do que aconteceu. –Confessou sentindo como lhe doía o peito ao dizer aquelas palavras, não se imaginava sem o herói, mas não era justo depois de haver sido possuída por aquele ser asqueroso.

—Não importa o que aconteceu, não foi sua culpa. Nós podemos e devemos ficar juntos agora mais que nunca. Eu não saberia viver sem você! –Ajuizou beijando-a. Foi um beijo doce, um gesto que se aprofundou e chegou à alma da repórter.

Sua racionalidade e sua emoção estavam em guerra. Por um lado sabia que ia encontrar outra forma de recomeçar a voar novamente. E caso chegue a cair, tinha aquele herói para salvá-la de si própria, ainda que custe, por que a vida talvez seja só uma questão de fé, foi nisso que sempre se apegou e talvez tenha que continuar insistindo nessa ideia. Buscou dentro de si o que lhe fazia viver e pela primeira vez entendeu que não precisava pedir permissão para ser feliz, encheu-se de luz ao vê-lo diante dela e tudo voltou a ficar bem. Era hora de recomeçar. Hora de matar os fantasmas e encarar o mundo com coragem e pouco a pouco tudo ia voltando ao seu lugar. Os dois se levantaram, e contemplaram aquele dia calmo durante um piquenique organizado por Chloe e Jimmy. Não era preciso que um dissesse ao outro o quanto se amavam. Os gestos falavam por si só, e mesmo diante da difícil circunstância que Lois e Clark haviam enfrentado no dia do seu casamento, o casal superou bem os efeitos colaterais. Lois estava radiante pelo seu sucesso no Planeta Diário e mais por CK haver conseguido uma vaga no jornal... Era oficialmente uma dupla do maior e melhor jornal do estado do Kansas. Passaram alguns dias sem que tivessem um nível mais alto de intimidade.

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SÁBADO – Noite

Clark se aproximou pouco a pouco de Lois até ficar bem junto, tanto que a repórter chegou a apreciar seu perfume forte. Ela havia cedido e estava com os lábios vermelhos.

Está olhando algo que gosta senhora Lane Kent? -Sussurrou Clark levantando uma sobrancelha. Lois separou os lábios para dizer alguma coisa que não saiu. O senhor Kent quebrou ainda mais aquela distancia sentindo a respiração acelerada da jovem.

A única coisa que estou vendo é que está com a mão na minha entreperna, sir Kent. –Ele soltou uma risada pícara.

Tinham os olhares fixos um no outro, suas respirações estavam aceleradas e seus corações pulsavam desenfreados. Trocaram um beijo avassalador e desajeitados acabaram caindo no chão. Deram uma gargalhada e depois voltaram à tensão sexual de antes. Estavam sob alguns sacos de papéis picotados. Eram incapazes de se mover. Clark estava concentrado encima de Lois, que tinha levantado os braços na altura da cabeça e as mãos de Clark agarravam a cintura da loira. Não sabiam quanto tempo estavam ali e nem precisavam. Ele sentiu o alento da mulher chocar contra os seus lábios e isso o desconcentrava, não era capaz de se segurar. Ao comprovar que a mulher estava com uma tanguinha de encaixe, e trás o "inocente" movimento das cadeiras dela e uma exploração daquela mão atrevida por dentro da calça masculina, Clark deixou escapar um gemido da sua boca. Contente por tê-lo provocado, a repórter se recompôs e o empurrou para o lado. Levantou-se e foi em direção a porta deixando CK louco. 

—Temos de trabalhar se quisermos chegar ao topo, garotão. –Comentou antes de girar a maçaneta e abrir a porta.

—Pelo jeito você é muito malvada. -Disse o esposo dando ênfase a ultima palavra.

Ao ouvir isso Lois perdeu a compostura e agarrou o homem de jaqueta de couro preta empurrando-o contra a porta que fechou de um só golpe. Ele estava apertado entre a porta e o corpo da sua amante. Aquela mulher tinha a mesma expressão de quando esteve possuída pela kryptonita vermelha, soltava faíscas de fogo. Num instante sentiu medo, mas logo rejeitou aquele sentimento. Sentia seu corpo pegado ao dela e seu rosto tão próximo que estava embriagado com aquele perfume feminino. Não era capaz de oferecer resistência, somente foi capaz de mover uma de suas pernas que estava entre as da mulher. O corpo dele se acendeu de repente, saiu da sua órbita ao sentir o calor que emanava daquela figura à sua frente.

Aproveitou um momento de fraqueza de Lane e agora era ela quem estava contra a parede. Antes que Lois pudesse protestar ele atacou seus lábios com fúria, a princípio ela tentou falar algo, mas depois notou que sua língua já se encontrava entre os lábios do filho de Jor-El e então, deixou-se levar pelo beijo... Luxurioso e intenso. Mais que se beijarem os dois amantes mordiscavam a boca um do outro, e suas línguas resvalavam em meio aquela batalha campal a fim de ganhar o controle sob o outro.

As mãos de Lois pareciam ter vida própria, ela não mandava nelas, uma vida cujo único propósito era explorar cada centímetro do corpo de CK. Com uma agarrava o cabelo negro e liso dele para que este não tirasse a cabeça e a outra começava a baixar pelas suas costas. Ele sentia como a mão de Lois entrava por debaixo da sua cueca com agilidade e agarrava o seu traseiro. Não era justo, ela permanecia com a roupa intacta enquanto ele já estava sem camisa e com a calça abaixada. Moveu os dedos e no mesmo instante a saia e a blusa comportadinha de Lois sumiu. Ela se surpreendeu ao ver quão rápido a sua roupa sumia, uma reclamação começava a se formar em sua mente, mas novamente não chegou aos seus lábios, desses só saiam gemidos quando a coxa do homem passou a roçar entre suas pernas.

—Assim é muito melhor não acha, querida? -Sussurrou ao pé do ouvido feminino com uma voz rouca tremendamente sexy enquanto mordiscava o lóbulo da orelha dela.

Ao sentir o cálido alento em sua orelha Lois sentiu um calafrio recorrer o seu corpo culminando entre suas pernas com um latejar de prazer. Ao notar o estremecimento da esposa, Clark se incorporou e roçou seu membro na feminilidade da mulher fazendo pressão com seus quadris movendo-se lentamente. Lois estava ficando louca, estava molhada, precisava senti-lo com todo o seu corpo. Alargou suas mãos agarrando-o pelos ombros e pediu num sussurro ao pé do ouvido que ele a fizesse sua ali mesmo. Obediente e querendo saboreá-la ele o fez, inicialmente com movimentos leves e depois, mas rápido até que chegaram ao clímax. Mais que isso... Estavam outra vez conectados de corpo, alma e coração.

Aquela mulher era como uma rosa devidamente desenhada em carne viva. Era muito mais que amor. Clark ficou vislumbrado olhando sua feição serena e alegre, ela sorria com os olhos. Pensativo ele se perguntava se tudo aquilo era um sonho ou se era mesmo real. Quando sentiu os lábios ainda com resquício de um batom carmim tocar os seus, ele comprovou que era um sonho realizado, era tudo verdade. Ela sorriu. Ela era tão divina que era difícil acreditar que estava ao seu lado... Sentiu o aroma daquela pele, teve motivos para uma vez mais adorá-la. O calor que juntos emanavam, era acalentador. Sentiam-se provocados e extasiados, em meio aquela sala cheia de papéis arquivados.

—Oh, já é manhã, Clark. Precisamos sair daqui ou a vão nos pegar no flagra e não é nada indicado para dois principiantes. –Ponderou afastando-se dele. A madrugada havia passado num piscar de olhos.

—Relaxa, Loh, vai demorar para eles chegarem. –Afirmou puxando-a novamente contra si.

—Smallville, se não tirar essa sua mão atrevida, garanto a você que não vai escrever por pelo menos um mês. –Ameaçou tentando resistir aos encantos dele.

—Essa noite vai ter que me recompensar por isso. –Avisou maroto.

—Vou pensar no seu caso, garotão. –Respondeu travessa. Deu um selinho no homem depois de se recompor e saiu em direção à porta. Abriu e ao ver que ele permanecia no mesmo lugar como uma estatua... Ensaiando para roubar o lugar do Cristo Redentor, querido? –Provocou sabendo exatamente o que se passava. Ele estava vidrado nas pernas dela, um olhar impudico. Definitivamente, ia ser difícil se comportar e manter a concentração no trabalho com um Kryptoniano louco para provar seu fruto proibido.

—Não, estava pensando que você esqueceu alguma coisa, benzinho. –Falou libertino e mostrou na sua mão direito a tanga de encaixe que sua esposa usava horas antes. Soltou uma gargalhada ao vê-la se ruborizar e voltar desengonçada atrás da sua peça.

—Talvez eu não tenha esquecido, Kal, às vezes adoro hiperventilar então ando sem. –Provocou, e arrancou a peça da mão masculina deixando-o estonteado. Sorriu triunfante e deu uma piscada de olho para o seu “senhor” antes de desaparecer pelo corredor do Jornal.

Naquele instante Clark se deu conta que ela não precisava de nenhum batom de carmim para enfeitiçá-lo, ela conseguia enlouquecê-lo somente com sua presença. Sozinho, o último filho de Krypton começou a ouvir pequenos ruídos, procurou a origem, mas não encontrou até que se fizeram mais fortes... Vozes... Barulho dos carros... O coração de Lois Lane pulsando em um ritmo que ele conhecia bem e a voz da faxineira saudando sua esposa há alguns metros de distância. Seus poderes estavam voltando. Feliz e até embasbacado ele correu com sua supervelocidade e abraçou Lois, mesmo irritada pelo monte de papel que ele espalhou pelo setor, ela correspondeu ao abraço e sorriu compreendendo o que ele queria dizer.
—Woww, ótimo momento para voltar, Honey. –Declarou e o beijou. Um gesto simples e doce. Quando separaram seus rostos e Lane olhou para o lado se espantou. Oh Meu Deus, Clark, você ta flutuando. –Comentou maravilhada e ele olhou para baixo, viu que estavam alguns metros do chão.
—Tá a fim de pegar o Air Kent? –Indagou divertido. Certamente seria uma aventura voar até o novo apartamento.
—Adoro uma aventura, Super Homem. –Contestou em concordância e os dois saíram pelo céu de Metrópolis.
Estavam felizes e mesmo com algumas ameaças, sabiam que poderiam enfrentar qualquer coisa desde que estivessem juntos. Por outro lado, Kara finalmente encontrou um lugar para chamar de lar, nos últimos dias havia estado em contato com Oliver Queen e depois de ajudá-lo a lutar contra os seus próprios demônios, os dois descobriram que foram feitos um para o outro, estavam oficialmente em uma relação assim como Chloe e Jimmy. Lex Luthor havia se candidatado à presidência dos EUA e mesmo temendo pelo futuro, Clark e Lois decidiram viver o presente.
E então ambos entenderam que ser feliz é amar o outro de puro coração sem exigir nada em troca, é amar sem se deixar sufocar, é ser livre, é não se escravizar e nem escravizar o outro, é certamente amar como Jesus amou, pois o verdadeiro amor jamais escraviza, jamais oprime e jamais engana. Ser feliz é buscar a felicidade e não ter medo de renunciar o supérfluo, o efêmero para encontrar o essencial, o eterno. Devemos acreditar numa sociedade mais humana, justa e feliz. Todavia, onde estamos buscando a felicidade?
Enfim, concluo esta matéria com a seguinte frase de Gabriel Chalita: "Acreditar é um nunca deixar de ter esperança. É lançar-se e entender que somente na insegurança do voo a águia prova que pode ser feliz. Eis nosso sonho. Eis nossa ação". Eis nosso desafio. Que os deuses nos concedam a graça de sermos corajosos e lutar pela nossa felicidade, e pela dos outros, cada um a partir de sua própria vocação. E juntos seremos felizes, nós e muito mais gente. Aprendi com o Superman: o herói surge todos os dias em cada um de nós, ele não precisa de capas ou uniformes embora isso seja excitante e nostálgico, tudo o que esse herói que está dentro de todos nós é de coragem e amor para lutar pelo que acreditamos, para fazermos as escolhas certas e então conquistarmos o pódio. Ass: Lois Lane e Clark Kent.

FIM!
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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Lábios de Carmim. Corrompidos Pela Escuridão. Capitulo 12.

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Naquele dia em especial foi Lois Lane quem acordou cedo, isso era quase um milagre em se tratando da mais nova contratada do D.P. Ela virou-se na cama e observou o rosto angelical do seu amado. Quando dorme fica duplamente sexy, Smallville. Pensou marota, havia sido uma noitada daquelas, estavam famintos e sedentos por ter um ao outro. Ela se deliciou um pouco mais com a imagem do jovem e levantou com o intuito de fazer uma surpresa naquela manhã de outono. Vestiu a camisa de flanela vermelha com preto e uma tanguinha por baixo e saiu rumo à cozinha. Martha Kent só chegaria às 9h30min da manhã. Não tinha com o que se preocupar.
Clark estava tão cômodo e tranqüilo que não ouviu o galo terminar de enunciar que o sol já banhava os céus. Mexeu-se um pouco em busca de algo, ou melhor, de alguém. Tateou e sentiu o lugar vazio, abriu os olhos como se fossem dois pratos fundos e sequer se espreguiçou, levantou correndo e desceu para ver onde Lois estava. Não usou sua supervelocidade, desceu um por um os degraus.
—Lois? –Chamou crispando a testa. Sentiu uma repentina arritmia fazer um espetáculo em seu peito ao não ver nem um sinal do furacão Lane.
—“A bela adormecida acordou!” - Disparou uma voz animada surgindo por trás do rapaz que quase se estabacou no chão.
—Onde estava? –Indagou se recuperando do susto, virou-se para encará-la e a puxou pela cintura.
Se há uma coisa que ele não conseguia ver era a vida sem Lois Lane.

—Eu não consigo ficar sem você. –Confessou com suas íris azuis fixadas no mar esverdeado que eram os olhos da moça. Estavam em pé na sala, abraçados. Ela envolvia suas mãos no pescoço masculino, e ele agarrava-a pela cintura.
Kal-El já não podia dominar a paixão, e esse amor tão bonito que os fez amantes presos em um só coração. Ele retirou uma mecha do cabelo que empatava a visão da jovem e entendeu que aquele corpo feminino guarda muitos segredos. Segredos estes que só ele é capaz de decifrar. Sorriu nostálgico. Ela tocou o abdômen dele, somente ela sabe decifrar os desejos que ele gosta de sentir e ele é consciente disso. Os dois são como a rosa e o espinho. O amor sempre inventa e se reinventa através de formas. Manifestos prazerosos e outrora simplórios. Não, não existe pecado para duas pessoas que se amam. Que se convertem em UM só ser. Ali mesmo no tapete felpudo e negro da sala de estar amaram-se. Os corpos dos dois se procuraram e através de toques e carícias se misturaram, num instante ele se tornou ela e vice versa. Ficaram abraçados durante cerca de meia hora até que alguém tocou a porta insistente.
—Oh Meu Deus, Clark! –Resmungou uma Lane desesperada, que se levantou caçando suas roupas pelo chão da sala. Quer dizer, sua calcinha e a blusa flanela de CK que havia vestido na noite anterior. Ele apenas sorriu achando graça da situação e por poder se vestir em uma fração de segundo consideravelmente impossível.
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—Lois? Clark? Vocês estão aí? –Perguntava uma voz conhecida. Era Sullivan, a prima e madrinha de casamento de Clark. Sua voz soava nervosa.
—Olá, Chlô! –Saudou Lois vestida. O olhar da loirinha foi dos pés à cabeça da prima, aliás, o cabelo revolto da filha de Sam gerou crise de riso discreta em Chloe.
—Atrapalho algo? –Pergunta risonha fazendo uma careta de deboche. Sullivan fez um sinal pra alguém que estava atrás dela e logo a casa se encheu de gente.
—Claro que não! –Exclamou a futura senhora K revirando os olhos e sendo admirada por alguns homens que faziam parte do Buffet.
—Você marcou comigo as 10h00. –Falou em um tom recriminatório. Já passava das 11 (onze). Lois ficou corada e sentiu a presença de Clark atrás de si. —É melhor se vestir ou vai causar um infarto em um dos rapazes. –Falou recebendo um olhar assassino de CK que passou a mão na cintura de Lane. Lois deu uma tapinha no braço largo e másculo para se liberar do agarre e subiu correndo as escadas.
Não demorou muito para Kal-El colar na filha do general e usar de alguns recursos para atrasar sua saída.
—Nos vemos mais tarde, Clarkie. –Sussurrou ao pé do ouvido do moreno fazendo-o se arrepiar. Ele sorriu bobalhão e se despediram com um selinho.
Como toda noiva, Lois passou por grandes transformações no visual. Fez a maquiagem e resmungou horrores por causa do calor e da demora da maquiadora, assim como xingou a si mesma umas trocentas vezes por decidir fazer uma trança espinha de peixe. Estava impaciente. Quando finalmente se livrou da cabeleireira...
—Ah Meu Deus, Chloe, eu vou me atrasar para o casamento! –Falou exasperada. 
—Ainda falta uma hora, Lois e receio que chegar atrasada não é uma marca única dos Lane em se tratando de casamento. Rsrs. –Ponderou risonha. A futura senhora Kent girou os olhos, deixando transparecer seu nervosismo.
—Não vejo problema em fazer diferente, afinal, estamos falando de mim... Lois Lane. –Retrucou seguindo o jogo da prima. É melhor você ir se vestir, não quero ficar sem madrinha no altar, Chlô. –Sugeriu.
—Não se preocupe, nada poderia me impedir de ver você se tornar a mulher do homem de aço. –Contestou com um sorriso sacana, enquanto isso a outra jovem bebia um líquido roxo, suco de uva talvez.
—Tá bom, mas me ajuda a vestir o vestido de uma vez e então você vai se trocar. –Disse deixando o copo vazio no console.
Sullivan suspirou resignada e ajudou a prima a vestir-se de uma vez por todas, em seguida saiu para o Talon a fim de preparar-se para a grande ocasião. O vestido de Lois havia sido escolhido por ela e Martha Kent, era rodado embaixo e tomara que caia. Justinho para acentuar as curvas do seu corpo e branco. O destaque estava nos drapeados da parte inferior do vestido. A grinalda longa e com detalhes de renda, algo discreta e romântica cobria toda a extensão das costas femininas e forrava o chão como um Red Carpet de Hollywood. O sapato branco de pelica e com o salto discreto a deixou estonteante. Estava pronta. Não queria e nem podia sentar para não enfear o vestido. Sentiu um nó na garganta quando pensou em Ella Lane, queria que ela estivesse ali para aconselhá-la e para assistir todo aquele “show” que iniciaria em alguns minutos.
Bufou frustrada com a demora de Oliver Queen em ir buscá-la, ele a levaria ao altar na ausência de Jonathan e Sam Lane. Discou o número do playboy e caiu na caixa postal, mas logo ele tocou a porta e ela a abriu, com um sorriso largo no rosto.
—Estava prestes a lançar uma maldição em você, Ollie! –Confessou burlona e aliviada.
—Já fui amaldiçoado, perdi você. –Contestou seco e com um sorriso fechado.
Os dois caminharam até a limousine branca (Lincoln) e o chauffeur abriu a porta para a noiva entrar, seguida por seu acompanhante. Lois caminhou até o altar sendo levada por Oliver, e então Clark a recebeu como manda o figurino. Não havia ninguém do passado entre eles. Seus corações se renovaram ao estar um ao lado do outro, foi uma emoção especial, algo natural depois de tantos anos de se conhecerem. Enquanto o padre discursava eles acordaram-se de quando um chamava o outro e se encontravam ou quando um buscava o outro e novamente estavam caminhando juntos. Não havia duvida alguma Clark Kent estava em seu lar. As palavras daquela mulher eram sua verdade. Era maravilhoso dormir sob sua pele. Ser-lhe fiel. Sim, ela era a sua vida agora, diferente das outras que haviam sido apenas uma casualidade. Seus olhos brilharam ao dizer adeus internamente a aquela solidão depois de tantos anos. Ao sentir os olhos esverdeados tocarem seu ser, sentiu-se cuidado e abraçado. Não havia frio junto a ela e em um diálogo silencioso ela compreendeu que ele lhe entregara tudo o que era. Haviam dito o "Sim". Ela havia recebido aquela aliança como o sinal do seu compromisso e amor, agora a senhora Kent sob o olhar de todos os amigos e das testemunhas daquela união colocava o anel dourado no dedo do homem. Ele sorriu ao sentir que era a sua outra metade e por agora compartirem toda a eternidade um com o outro. Segundos depois se aproximaram, havia o pedido da platéia por um beijo do casal, mas o kryptoniano retrocedeu sentindo-se estranho.
—Clark?! –Gritou Lois chocada.
—Oliver? –Chamou ao vê-lo com cara de contentamento diante da cena.
Naquele instante caiu a ficha da loirinha, o arqueiro verde e amigo da liga fora corrompido. Ela o puxou pelo antebraço e ele a lançou há metros de distância. Os olhos do milionário garanhão de Metrópolis ficaram negros e os convidados saíram correndo desesperados. Não havia nenhum herói, ninguém da liga. Todos estavam de plantão na ausência de CK e Oliver. Clark se recompôs e prostrou-se na frente de Lane, não ia permitir que a escuridão a lastimasse.
—Esse não é você, Oliver. –Falou tentando convencer ao loirinho que estava possuído pela escuridão.
—Ollie, lute contra isso, você é o melhor amigo que eu já tive, eu te amo. Por favor, por favor, não se deixe levar pelo seu lado escuro. –Pediu sendo amparada por aquele que se tornara seu esposo minutos atrás.
—Vocês escolheram lutar contra mim e agora irão sucumbir assim como todo aquele que não se render às trevas. –Informou com uma voz rouca e cheia de frieza.
—Sempre há esperança até para as almas mais escuras, Oliver. –Declarou o viajante que rompeu com a distância entre eles dois, e foi lançado com facilidade contra a parede aonde Chloe jazia inconsciente no chão.
—Não!!! –Bradou Lois nervosa. Sentia suas pernas tremerem assim como o seu queixo, não conseguia mover um músculo sequer. Estava em choque. Sentiu sua respiração se alterar quanto à figura do seu ex-namorado se aproximou dela. Queria socá-lo, mas sairia mais machucada e não serviria de ajuda.  
—Eu sei que ainda está ai, lembre-se que a maldade destrói tudo aquilo que ela não ajudou a construir. Nós amamos você, Oliver. Eu acredito no seu coração e sei quem você é. Lute! Fique conosco! –Argumentou fixando seus olhos nos dele.
Não conseguiu se fingir de forte, aquele era para ser um dia perfeito e estava um caos. Clark aparentemente perdera os seus poderes. Chloe estava inconsciente e provavelmente machucada. Os convidados haviam corrido desesperados. Estava devastada por ver aqueles que ela amava se ferirem ou perder-se num caminho sem volta. Permitiu-se chorar e então viu um líquido negro escorrer pela face do milionário. Uma vez segura de que o amigo estava de volta, Lane o abraçou. Nada melhor que sentir-se querido num momento de incertezas e dúvidas. Ele estava envergonhado por deixar-se persuadir pela maldade.
—Bem vindo de volta, Oliver. –Disse ao se separarem. Ela dedicou-lhe um sorriso de boca fechada e em uma fração de segundos a imagem de Clark e Chloe sendo lançados do outro lado da igreja invadiu sua cabeça.
—Eu sinto muito! –Sussurrou derrotado ao ver a loirinha correr para acudir ao marido e a prima que permaneciam desacordados no chão.
—Clark, você está bem? Clark? Por favor, fale comigo, Clark?! –Suplicou ao vê-lo tão frágil.
Pela primeira vez sentiu-se aterrada com aquela cena, estava acostumada a vê-lo forte e desafiando as leis do universo, mas não a ver sua derrota. Suas íris capturaram o momento em que o homem mexeu com a boca e o seu peito subiu e desceu mostrando que ele estava vivo, para seu alívio. A mão do Arqueiro estava pousada sobre o ombro feminino da repórter em sinal de apoio.
—A Chloe vai ficar bem, vou chamar o Hamilton. –Avisou em um tom baixo. A culpa estava encharcando seu espírito guerreiro e altruísta.
Lois não teve tempo de assimilar a informação e nem de abraçar CK, as portas grandes de madeira abriram-se de um golpe e nela apareceu uma figura desconhecida. Uma mulher de idade, com cabelos brancos e pele clara que parecia realmente uma boa mulher, não fosse pelo sorriso maquiavélico que esboçou em seus lábios ao contemplar a cena do lugar devastado e das duas pessoas desacordados.
O casal de amigos cruzou olhares de cumplicidade, em uma conversa silenciosa. Antes que pudesse reagir, a Vovó Bondade fez um movimento com as mãos e usufruindo dos seus poderes arqueou Oliver asfixiando-o diante do olhar aterrorizado da esposa de Kal-El.
—Pare, vai matá-lo. –Exclamou com uma dose de ousadia na voz. Nesse momento a anciã sorriu satisfeita com aquela determinação e com aquele olhar desafiador da moça. Lois Lane deu passos firmes em direção àquela visitante. O que quer? –Indagou sem nem pestanejar ou gaguejar. Não tinha espaço para se deixar levar pelo medo, seus amigos precisavam da sua esperteza e garra agora.
A serva de Darkseid não falou nada e nem precisava, seu olhar de cobiça direcionado à jovem respondeu tudo. Largou um Oliver sem sinais vitais aparentes no chão.
—Lois?! –Sussurrou uma voz grossa, porém doce e conhecida. Ela sorriu sentindo-se aliviava por ouvi-lo novamente.
—Clark?! –Falou aliviada e comovida. Ouvi-lo a fez esquecer-se da presença sombria daquela mulher maquiavélica. Ele se levantou com torpeza, mas não teve a chance de se aproximar da sua mulher. Vovó Bondade surpreendeu Lois com um movimento que a derrubou e a conduziu até a mulher, estava aprisionada sob um poder invisível.
—Afaste-se dela! –Advertiu corajoso e em um tom ameaçador.
—Não pode me enfrentar, Kal-El, não passa de um humano inútil agora. –Aclarou frívola e com um sorriso esnobe.
—Não se preocupa, Smallville, eu vou fazer essa velha se aposentar e ir morar num abrigo rapidinho! –Falou com o bom humor e sarcasmo de sempre.
Lane se revirava toda para livrar-se daquele agarre estúpido e nada. Não foi preciso mais nem uma palavra, a vilã acabou saindo dali de uma forma sobre-humana. E Lois já não estava mais lá. O Viajante sentiu-se o pior dos maridos e dos seres, foi incapaz de proteger a mulher que ama, e a viu ser raptada por uma força sombria e poderosa que talvez a matasse. Estava afundado na sua dor e culpa. Chloe recobrou a consciência assim como Oliver Queen alguns minutos depois e a emergência chegou para socorrê-los, assim como a xerife. Oficialmente não seria feito nada além de buscas pela jovem.
—Você ta bem? –Perguntou Sullivan ao ver o melhor amigo perdido em si mesmo. Parecia “ido”.
—Era kryptonita dourada, Chloe. –Explicou sem encará-la. E ela compreendeu que ele carregava toda a culpa por não poder salvar Lois. De fato, ele sentia que jamais seria o herói que Jor-El tanto mencionou. Talvez não fosse o seu destino ser tão grandioso ou simplesmente ele não era capaz de ser. Esses eram seus pensamentos, tortuosos e repetitivos.
—Se tem uma coisa que aprendi com você é que heróis são feitos pelos seus valores e pela sua resistência às adversidades. Você não podia fazer nada para impedir a Vovó Bondade, Clark. Sei que irá recuperar os seus poderes, você sempre dá um jeito! –Argumentou.
—Talvez a Kara tenha a solução. –Falou com um brilho de esperança nos olhos. Chloe deu um sorriso reconfortante para o amigo.
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EM ALGUM LUGAR

Lois foi levada para um casarão aonde Vovó Bondade encontrou Desaad, outro servo de Darkseid, um torturador e engenhoso inventor. Seu olhar era tão frio que penetrou o corpo da jovem causando-lhe uma enorme sensação de desconforto. Aquele ser vestia um manto púrpura, uma espécie de estilo que ele fazia questão de manter há séculos. A figura masculina era ruiva, de olhos grandes e castanhos, queixo com uma covinha, sobrancelhas grossas, alto e com ar de supremacia que não intimidou a esposa de Kal-El.
—Ora, ora, o que temos aqui. –Falou encarando-a e se aproximando. Aquele ser transbordava energia negativa e Lane podia sentir seu corpo pesando e sua ira aumentando. Queria quebrar a cara daqueles dois e iria fazê-lo assim que tivesse uma chance.
—Cuide para que ela esteja pronta. –Informou a velha se retirando daquele lugar. Estavam em um sótão escuro, úmido e visivelmente abandonado.
Lois apenas respirou fundo com aquela “deixa” da mulher de meia idade. Sentiu como aquela dor que antes era leve se intensificou passando a invadir suas têmporas. Fechou os olhos num gesto espontâneo e comum para ver se quando os abrisse novamente aquela dor já não estava mais ali. Engano. Puro engano. Quando abriu novamente os olhos se confrontou com as íris escuras do servo da escuridão, engoliu a seco a sua vontade de gritar. Sentiu asco quando aquela mão áspera e grande tocou o seu braço acariciando-a. Seus corpos estavam à escassos centímetros um do outro. Num ato de repulsa Lois deu uma cabeçada no seu seqüestrador separando-o dela, aproveitando o atordoamento daquele que habitava em um corpo humano, mesmo com dificuldades para correr com aquele vestido de noiva e aqueles sapatos novos que faziam bolhas nos seus pés, ela correu até a primeira porta que encontrou. Forcejou a maçaneta e estava trancada, agiu com esperteza e pegou um berilo que trazia embutido naquela cabeleira longa e loira para abrir a fechadura. Mas antes que pudesse usar suas habilidades adquiridas na adolescência, sentiu uma mão puxar-lhe pelos cabelos, trazendo-a na direção contraria a que queria ir.
—Aonde pensa que vai, querida?! –Falou e a mulher descobriu más intenções numa olhada de rabo de olho.
—O Clark vai acabar com você e a sua trupe de palhaços emo. –Verbalizou encolerizada.
Desaad a puxou contra si e sentiu como os batimentos cardíacos dela estavam acelerados.
—O último filho de Krypton foi morto antes de você chegar aqui. Tiramos os poderes dele para sempre e a intergangue cuidou de fazê-lo sangrar feito um porco até morrer. Se quiser posso trazer a cabeça dele e dos seus amiguinhos, para que não restem dúvidas de que a escuridão venceu. –Confidenciou e sentiu como o corpo feminino tremia.
A respiração dela estava alterada, um misto de emoções e sentimentos explodiu no mesmo instante em seu ser. Empalideceu. Podia ouvir a voz de Clark dizendo-lhe adeus e Desaad destruindo toda a sua ilusão. Não ia retrucar, não queria pensar e nem imaginar toda aquela situação. Ao final, seu herói havia ido embora, estava longe dos seus olhos embora ainda o sentisse vivo em seu coração. Pela primeira vez não escondeu suas lágrimas. Já nada restava do seu amor. Era como uma rua deserta e sem luz e o dia, o dia era chuvoso e vazio. Sem ele não havia mais nada. Só queria poder chorar. Ainda podia senti-lo, sonhá-lo e amá-lo. Tinha tatuado na pele o cheiro dele e suas carícias da noite anterior. Mas como doía imaginar que os beijos dele já não seriam capazes de abraçá-la, que suas mãos já não poderiam tocá-la... Tocar cada centímetro do seu corpo. Esse mundo é injusto e muitas vezes insano. Queria que esse inferno acabasse logo, olhou para o homem com desprezo...
—Já pode me matar, não sou como vocês e nunca serei. –Informou decidida e não queria aparentar nada mais, mas estava destruída. Não queria existir num mundo aonde não existisse o seu “garotão”.
—Isso é o que veremos! –Replicou derrubando-a no chão e jogando o peso do seu corpo contra o da repórter. O homem tinha poderes e dentre eles uma força inumana.
Desaad e Vovó Bondade sabiam que não conseguiriam corromper a alma da filha de Sam Lane facilmente. Até aquele momento ela tinha o coração puro e a dupla do mal havia planejado tudo... Lois Lane nunca mais seria a mesma.


Lois se debateu, cuspiu na cara daquela “coisa” que se dizia um solado da escuridão, mas não logrou separá-lo do seu corpo, ao invés disso recebeu um golpe na face que a fez ficar desorientada. Ele depositou um beijo nos lábios femininos que balbuciavam o nome do último filho de Krypton. O servo das Trevas sorriu sádico e a levantou sem dificuldade alguma, jogou-a contra a parede e arrancou-lhe aquele vestido branco. Patético, segundo os pensamentos dele. Vislumbrou-se com aquele corpo curvilíneo bem dividido, e mesmo com a repulsa e os protestos, passou a mão pela coxa da mulher que agora era a sua presa. Lois se sentiu terrível, jamais havia se sentido tão frágil. O homem parecia se divertir com as tapas que ela lhe presenteava, parecia um afrodisíaco que o fazia ter mais e mais vontade de possuí-la ali mesmo. Não desistiu, mas ele era forte. Desaad tornou a agredi-la na face e dessa vez uma fina camada de sangue escorreu pelo canto da boca da jovem, asqueroso ele limpou com a língua aquele líquido vermelho. Maquiavélico e ciente do atordoamento de Lane, ele aproveitou o momento para tirar o cinto de couro e se livrar da calça. As pupilas de Lois dilataram no instante em que assistiram aquele ato, com certa brutalidade ele segurou-a pelo queixo e a fez encará-lo antes que pudesse executar qualquer ato...
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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Lábios de Carmim. Entrega Total. Capitulo 11.

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O casal de pombinhos estava mais feliz do que nunca. Martha Kent transbordou de felicidade ao ouvir dos dois que estavam juntos. Lois e Clark retornaram à fazenda Kent depois de uma longa manhã em Metrópolis. Chloe chegou com Jimmy dando a notícia de que fora contratada pelo The New York Times, o que gerou uma comemoração regada a champanhe e um almoço especial preparado pela futura Senadora do estado do Kansas. Enquanto Lois ajudava Martha Kent com o almoço, o último filho de Krypton aproveitou para contar o que pretendia fazer a Sullivan.
–Lois Joane Lane, você quer se casar comigo? –Pediu Kal-El pegando todos de surpresa, exceto sua melhor amiga.

Lois contou de um até dez para ver se realmente seus pés estavam na terra, refletiu para ter certeza se tudo aquilo não passava de um sonho ou se era um fato, suas pernas tremiam até que o mundo se partiu em dois, no momento exato em que os olhos de Clark Kent se cravaram nos olhos cor esmeralda dela esperando por uma resposta e então ela entendeu que era real. Estava defronte ao amor sem controlar seus sentimentos e não tinha palavras para descrever e o coração estava preso a ele da cabeça aos pés. Um furacão que remexia toda a extensão do seu corpo, que a sacudia enquanto olhava o seu sorriso bobo. Havia tanta beleza diante dela, que a jovem chegou a ter o pensamento torpe de que se tratava não de um superboy, mas de um anjo disfarçado de sua outra metade.
–Sim, eu aceito, Smallville. –Conseguiu formular a resposta com um imenso sorriso no rosto. Os outros que estavam sendo testemunhas daquela proposta bateram palmas. A energia do lugar se transformou completamente, era possível sentir a felicidade que emanava de cada um daqueles indivíduos ali presentes. Clark sentia que já não era mais um estranho tentando se adaptar a mundos diferentes, porque ele pertencia ao mundo de Lois e vice-versa. Ela se tornou o seu mundo, o seu lar. Almoçaram e logo se despediram.
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MANSÃO DOS LUTHOR
Há poucos quilômetros da Fazenda Kent, Lex Luthor dialogava com um dos seus “cães” fieis. A solidão era maior que antes, talvez por isso tivesse uma mente tão perturbada. Culpava Clark Kent pela morte de sua esposa e por nunca ter a chance de provar do amor de Lionel Luthor, ele estava sempre interessado nos negócios ou em um “Viajante”. As descobertas já eram imagináveis, sua mente parecia concordar com o fato de Clark ser bem mais do que dizia, ele sumia e aparecia nos lugares de forma inesperada. Tinha uma energia invejável e fazia salvamentos que nenhum outro homem sequer ousava, como da vez que salvou o próprio magnata da morte certa. Lex ia desmascarar Clark Kent, disso estava seguro e era o que mais desejava desde que fez Lang contar tudo o que sabia. Havia matado para desvendar o “Mistério”. O milionário estava absorto sem seus pensamentos quando o homem de terno e gravata escuros surgiu na sala e rompeu o silêncio...
–Não pode mudar o mundo de olhos fechados. –Afirmou o mais novo serviçal, que agora persuadia o bilionário que tinha sede de vingança.
–Não se preocupe, os Luthors são líderes e não se intimidam diante dos desafios. –Respondeu tomando um pouco de seu uísque.
–Por isso foi o escolhido, Senhor Luthor. Seus sacrifícios serão lembrados e valorizados pela humanidade. –Declarou com um olhar ganancioso e um sorriso de boca fechada. Caminhou até o corpo inerte que jazia no chão, ajoelhou-se e tocou-lhe o pulso para se certificar de que estava sem vida. Sorriu com os olhos, estava satisfeito pelo trabalho daquele humano sombrio e narcisista. Em breve seu mestre não teria com o que se preocupar, o viajante seria morto caso não decidisse ficar do lado certo e então reconstruiriam um novo mundo.
–Não se faz um omelete sem quebrar alguns ovos. –Afirmou se aproximando de Lang e passando a mão no cabelo longo, liso e macio da mulher. Prepare tudo! –Ordenou ainda com o olhar vidrado no corpo daquela que pensava amar, mas o amor não entra em corações fechados ou em almas sombrias. O seu servo fez algumas ligações, precisava justificar a morte da mestiça e preparar uma cerimônia particular. Lana e a Fundação Ísis haviam sido de grande utilidade, mas não podia perdoar a traição da ex namorada de adolescência de Kent.

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Martha Kent passou a ajudar Lois nos preparativos do casamento, estavam radiantes apesar de Clark ter sofrido um grande impacto com a morte de Lana Lang, não era por ainda amá-la, mas pelo que um dia ela representou. Às vezes, mesmo que alguém nos machuque da pior forma possível, ainda somos capazes de querer bem a esta pessoa e esse era o caso, ele desejava que mesmo diante das escolhas erradas da mestiça que ela fosse feliz. Chloe e Jimmy estavam empenhados assim como Martha e Lois na preparação do casamento, eles eram os padrinhos. A festa seria no celeiro dos Kent a pedido de Clark.

FAZENDA KENT (3 MESES DEPOIS)

Lois estava eufórica. A ansiedade do casal estava à mil. A primogênita de Sam tinha acabado de falar com o pai e como era de se imaginar estava nervosa depois das inúmeras perguntas do General. Pai e filham pareciam mais estar duelando ao invés de debatendo aonde o militar iria ficar durante sua visita à cidade. Quando terminaram a conversa foi a vez de Lane discutir com a moça da floricultura. Ao desligar, a loirinha foi até o quarto onde CK estava instalando a nova TV na parede.
–Eu não sei o que fazer com você. Escolher girassóis para decorar o celeiro, sério? É pior do que ver Caetano Veloso dançando funk. –Falou fazendo-o parar o serviço e encará-la.
–Não sou bom com decorações e dizem que o girassol é uma flor simbólica que significa fama, sucesso, sorte e felicidade. –Respondeu com um sorriso ingênuo e encalistrado.
–Vai com calma, garotão. Felicidade é um estado de espírito que vez ou outra nos abandona e quanto ao restante, sei que vamos tirar de letra, afinal, você e eu vamos trabalhar em um dos jornais mais famosos do estado do Kansas. –Racionalizou com um risinho triunfante. Há semanas a filha do General havia convencido Clark Kent a se inscrever como estagiário no Planeta Diário, jornal famoso e localizado em Metrópolis (Chloe trabalhava nele até conseguir uma chance no The New York Times).
–Sobre isso, não sei se irão nos aceitar, lembre-se que em breve estaremos casados e que eu sequer comecei a faculdade. –Contestou envergonhado.
–É claro que vão, cadê o seu lado “Gandhi”, Clark? Sabe, não que eu dê muita crença a essas coisas, mas o pensamento ajuda para que as coisas se concretizem.
–Não sabia que andava lendo Gandhi e Paulo Coelho. Rsrs. –Disse brincalhão e fazendo-a ruborizar.
–As pessoas sempre vão te surpreender, Smallville. –Contestou encarando-o com aquele olhar jovial e lascivo. Ele a puxou pelos ombros colando seu rosto no dela, sentindo a sua respiração, depositou um beijo longo e apaixonado em seus lábios. Os dois sorriram entre o beijo e se separaram. Adoraria ficar aqui com você, mas eu tenho que ir até a cidade. –Explicou e ele seguiu com um jogo provocante.

Clark puxou Lois pelo punho e sentiu seu corpo colado no dele. Depositou alguns beijos cálidos naquele pescoço que cheirava a jasmim e subiu até a mandíbula da mulher de forma sensual.

–Clark?! –Protestou, tinha mesmo que ir a cidade. Lois sentia que precisava ver Oliver e conversar com ele. Mas as carícias do seu noivo eram tentadoras demais.

A voz rouca de Lois se perdeu no ar. CK ficou diante de Lane e lhe arrancou a roupa em um movimento rápido fazendo-a rir com tal precipitação. Ela desceu sua mão ate a calça de Kent e tateou o volume, em seguida subiu sua mão pequena e suave para explorar por dentro da cueca masculina. Massageou o membro dele e depois de alguns minutos ajudou-o a livrar-se de toda a roupa. A repórter sentia o volume daquele corpo sarado e forte roçar entre as suas pernas. Irresistível.

–Preciso de você. -Confessou com um sorriso pícaro e uma respiração agitada. Não era do tipo de homem atirado ou safado, mas Lois o fazia perder toda e qualquer timidez.

Kal-El não pensou duas vezes, agachou-se e se acercou a feminilidade de Lane, roçou sua língua por seus lábios antes de beijar avidamente a intimidade da loirinha que já começava a se excitar com o toque do seu amante e futuro esposo. Ela exalou um longo gemido de prazer ao sentir as carícias de Kal-El. Este último lambeu de cima a baixo, se detendo no clitóris da mulher. Enquanto ela se agarrava a nunca dele e friccionava a cabeça dele entre as pernas. Escutar Lois gemer o deixava louco de desejo e podia sentir sua excitação crescer. O jovem fundiu profundamente sua língua na intimidade da mulher e a moveu de maneira circular.

–Ah, continua, garotão, não pára!

Excitado diante das palavras de animo da sua companheira, CK introduziu seu membro e começou em um movimento de dentro para fora, lento. Lois sentia como o orgasmo a invadia desde o fundo da sua alma, era doce e intenso. A loira não pode evitar gemer e se arqueou sobre o membro ereto do homem. Ela terminou descendo da sua nuvem de maneira nostálgica enquanto Clark se deliciava com as suas expressões, o seu toque leve e sensual. Os corpos estavam conectados, presos um ao outro quando Kent finalmente chegou ao clímax. Depois de fazer amor, Clark deitou-se com Lois na cama que em breve compartilhariam, os dois trocaram um beijo doce, quefoi cortado por um pedido de socorro. Compreendendo a feição de preocupação e frustração do homem, Lois se pronunciou...
–Vai lá salvar o mundo, Smallville. –Declarou com uma expressão de orgulho no rosto, que ele correspondeu com um sorriso e um beijo antes de ir embora. Faltava apenas um dia para que fossem marido e mulher. Antes dela estava Clark, sentia em seu peito que jamais se arrependerá de amá-lo. Quando podia abraçá-lo, olhá-lo, beijá-lo, tocá-lo e vê-lo sorrir sentia que era feliz.

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Oliver decidiu se calar quando descobriu o romance entre Clark e Lois. Julgava-se por seu erro com ela, mas devia aceitar que tudo havia acabado embora nunca tenham dado realmente um ponto final, ou melhor, ele não havia dito o seu "adeus". Lois sem pensar duas vezes o chamou para ser seu padrinho com Dinah e este aceitou. Era uma forma de estar perto dela. Queen sabia que não podia continuar chorando por Lane, que não podia culpá-la por seguir em frente. Sentia-se impotente por não haver sabido amá-la, por perdê-la e por não poder arrancá-la do seu coração. Passou a ignorar CK, afinal, ele havia roubado a mulher da sua vida. Sua rotina já não era salvar o dia ou as pessoas de si mesmas, mas “festejar” pelos diversos bares e lugares do mundo. Já era noite e havia finalmente colocado os pés novamente em Pequenópolis quando foi surpreendido por Clark.
–Soube que se associou à LuthorCorp?!
–Boa noite, para você também Clark. Não sabia que tinha que dar explicações a você ou qualquer outra pessoa a respeito do que eu faço ou deixo de fazer com a minha vida e fortuna.
–Sabe que não é isso! –Protestou indignado com o tom denodado do amigo.
–Então o que é Clark? –Indagou em um misto de curiosidade e deboche.
–Você está diferente, parece ter se perdido de si mesmo. Onde está o Oliver que eu conheci?
–Se tem uma coisa que eu aprendi, é que não se pode conhecer ninguém de verdade nessa vida, Clark. Ainda que seja como você diz, acho que todos nós temos o direito de mudar. –Contestou esboçando um sorriso fechado e uma aparente tranqüilidade.
–Não sei o que está acontecendo, mas sabe que pode contar comigo para o que precisar, Oliver.  
–Não se preocupe comigo, Clark. É melhor ir se preparar para o seu casamento amanhã. –Sugeriu em um tom seco. Nesse instante um nó se formou na garganta do arqueiro loiro e de barba rala. Não queria sentir-se daquela maneira, mas há certas situações em que o cérebro não funciona corretamente e o coração comanda.
–Se cuida! –Disse antes de sair.
–Você também. –Respondeu cabisbaixo com um copo de uísque em mãos.

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Já passava da “meia noite” quando um ansioso Clark Kent retornou à fazenda, tomou banho e caiu no sofá da sala. Mas antes de se acostar o rapaz foi ao quarto de sua amada para se certificar de que ela estava bem. A loirinha estava adormecida e parecia um anjo dormindo. Ele sorriu ao pensar em como as coisas haviam mudado, como ela se tornou parte dele. Ele era um ser diferente dela e ainda assim ela o aceitava, o respeitava e admirava tal qual ele era. O jovem alto, de sorriso jovial e humildade invejável acabou agarrando num sono profundo.
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MANHÃ SEGUINTE
Lois e Clark estavam diante de todos os amigos e demais convidados no celeiro. O lugar estava decorado com rosas brancas e uma iluminação especial. Os recém casados estavam radiantes recebendo as palmas dos amigos, enquanto partiam o famoso bolo de casamento. A mais nova senhora Kent tinha a mão trêmula diante da emoção evocada pelo acontecimento que unira ela a Clark pelo resto de suas vidas. O moreno por sua vez sorriu bobo para ela e segurou forte a mão feminina para lhe transmitir apoio e segurança.

–Não vai mais poder imitar “UMA NOIVA EM FUGA”. Rsrs. –Brincou Clark enquanto a platéia começava a pedir um “beijo” entre o casal.
–É que você é bem mais bonito que o Richard Gere, Smallville, então, é mais interessante fugirmos juntos. –Declarou marota mordendo o lábio inferior antes de beijá-lo a pedido de todos ali presentes.
–É hora de dançar! –Avisou a madrinha (Chloe) capturando a atenção de todos, neste momento o casal começa a valsa. Lane vestia um vestido vermelho paixão na altura do joelho, um tomara que caia que realçou seu corpo curvilíneo e um sapato prateado de bico fino deu um toque sofisticado e jovial. A filha de Sam Lane estava com a cabeça recostada no ombro do seu parceiro quando sentiu um leve toque em sua espalda, era uma mão gélida, de pele grossa, provavelmente de um homem. Quando o casal Kent fixou sua atenção na figura masculina um enorme sorriso emergiu no rosto de Lois.
–Acho que o padrinho merece uma dança?! –Falou com seu olhar vidrado na mulher que olhou para Kal-El e recebeu um gesto de “sim”.
–Ei, Clark, a madrinha também merece uma dança! –Declarou risonha ao se separar de Olsen e caminhar até o amigo.
–Só espero não pisar no seu pé. –Disse puxando-a para o baile sem deixar de observar por alguns minutos sua mulher e o seu amigo há alguns metros de distância. Sorriu aliviado ao ver que Oliver parecia ter voltado a ser o mesmo de antes.
–O Senhor Destino disse que você é a chave para que ele se torne o herói que Jor-El sempre sonhou. –Declarou sob o olhar confuso de da repórter. Mas não se pode abrir uma fechadura se a chave for extraviada. –Completou com um sorriso malicioso que fez a mulher arregalar os olhos. O pânico tomou posse do corpo feminino quando os olhos de seu ex-namorado e agora amigo ficaram negros.
–Oh Meu Deus! –Sussurrou uma Lois assustada. Oliver não esperou nenhuma outra reação de Lane, o medo nos olhos daquela versão de “Eva” o fascinou. Sua mente formulava gritos, expressões de socorro, mas sua boca não pronunciava nenhuma oração. A jovem estava definitivamente com o coração na boca. Não teve mais, uma vez que não havia conseguido corromper aquela alma, Oliver a feriu mortalmente com uma adaga. Clark que havia fixado sua atenção na expressão confusa da esposa acabou assistindo ela cair de joelhos no chão do celeiro. Oliver soltou um sorriso de boca fechada e deu alguns passos até a saída.O kryptoniano não pensou duas vezes, correu e se aproximou para ver o que estava acontecendo.
–Lois?! –Gritaram Chloe e Clark em uníssono.
–Cl-a-r-k. –Sussurrou com dificuldade. Suas mãos tocavam o ventre que estava ensangüentado e ainda com a adaga cravada nele.
–Lois, vou tirar você daqui. –Falou aterrorizado pelo medo de perdê-la. Ela estava padecendo diante dele. Pensou em levá-la para um hospital o mais rápido possível e não lhe importava que todos descobrissem o seu segredo, tinha que salvá-la, mas os segundos que transcorreram foram inesperados e decisivos. Seus olhos estavam cristalinos denotando as lágrimas que começavam a embaçar sua visão.
–Eu te amo!–Sussurrou estas últimas palavras antes de fechar os olhos. Desmontou-se. Kent respirava de forma descompassada. O sangue ao mesmo tempo em que fervia parecia que iria faltar a qualquer momento e então ele padeceria assim como Lois.

–Não! –Bradou Sullivan elevando a mão à boca. Estava em choque. Jimmy a abraçou por trás, estava com os olhos fixos naquela imagem trágica. 
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