"Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo- te simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira."
Pablo Neruda
Clark e Lois deram um breve selinho e foram a habitação onde estava a ruiva, fiel escudeira de Lex Luthor até então. Quando se deparou com a mulher, Clark ficou introspectivo pois não sabia o que dizer e passou a observá-la.
—Olá.
—Oi. Como está se sentindo?
—Depois de resistir a papa da sua mulher, estou me sentindo ressuscitada dos mortos.
—Rsrs. Lois não tem o dom de melhor cozinheira dos Kansas. -Fala com ar risonho e espontaneamente.
—Clark Joseph Kent Lane?! -O chama em um tom repreensivo. Clark engoliu o riso e vermelho como um tomate olhou para a esposa sem graça pela brincadeira.
—Vou tomar um banho, enquanto isso você fica de olho na nossa convidada de honra. -Sai aparentando estar chateada com ele.
—Parece que você se deu mal, Kent.
—Vai passar. Tess, por que Lex se voltaria contra você? até onde sei você era a fiel escudeira dele e do Lionel.
—Eu tenho algo que o Lex quer. Algo que tem haver com você!
—O que um fazendeiro como eu teria que pudesse interessar aos Luthor?
—Sei que é o viajante, Kal-El.
—Tess, acho que esta com febre. Vou pedir um remédio a Lois.
—Não finja mais, Clark. Você é "O Viajante" que Lionel sempre protegeu e ele me deu a tarefa de continuar fazendo isso por todos nós. O mundo não está pronto pra recebê-lo, precisa confiar em mim.
—Não sou esse "Viajante" que está dizendo!
—Ok. Como quiser, mas não diga que eu não o avisei. Precisamos deter o Lex antes que ele destrua a terra.
NO QUARTO
Lois estava se banhando, a água quente percorria o seu corpo agora tirando a espuma do sabonete em líquido que usara segundos antes. Até que enfim podia relaxar e tudo estava nos eixos, pelo menos aparentava. Alguns minutos depois, ela saiu do banho enrolada em uma toalha vermelha e caminhou até o guarda-roupa para tirar seu pijama. A loira não via a hora de deitar-se e dormir, estava exausta por cuidar de Tess e dos momentos que antecipavam e culminavam nessa situação. A senhora Kent olhou para a cama e viu seu celular tocar a música de sua banda favorita e na tela indicava quem estava ligando...
—Ah não, Só pode ser gozação com a minha cara! -Pegou e atendeu o celular, colocou no ouvido sustentando-o no ombro enquanto se vestia.
"Lane, quero você aqui amanhã bem cedo. Luthor finalmente aceitou nos dar uma entrevista e exigiu que a reportér fosse você. Faça a lista de perguntas e não me decepcione ou a sua cabeça vai rodar!"
—Mas, eu...
"Sem MAIS Lane! Quero que me apareça aqui antes da entrevista para eu checar seu material. Boa Noite!"
—Droga! E ainda desligou na minha cara?!
Lois terminou de se vestir e foi ao quarto ver como estavam Clark e Tess. A loira podia ouvir eles conversando em um tom baixo e aparentemente amigável, era estranho ter uma "inimiga" vulnerável e estender a mão para ela, mas fazia parte do ser humano que eles eram. Afinal, viemos do pó e voltaremos ao pó. Lois apareceu na porta do quarto com um sorriso murcho e notou que eles se calaram em sua chegada...
—Ainda estão falando do meu dom culinário ou decidiram tocar em um assunto mais eloquente? -Disse cruzando os braços e se recostando na parede.
—Sua "papa" estava boa, só faltava um pouco de água pra evitar que ela se torna-se sólida. Tinha até um gostinho bom de aveia.
—Lois, você tem qualidades que superam esse seu defeito! -Diz ele indo em direção a esposa e agarrando-a pela cintura.
—Ah, nem vem Smallville. Se depender de mim você vai morrer de fome depois desse seu comentário sem nexo e mal agradecido.
—Parece-me que está em um momento inglória, Clark. É melhor consertar isso. -Disse Tess de forma bem humorada.
—Se nos der licença, é isso que eu vou tentar fazer agora. rsrs.
—Sem problemas.
Clark a puxa para o corredor e a beija, ela corresponde e ele a puxa em direção ao quarto. Lois é jogada contra a cama, enquanto Clark tira a camisa e torna a beijá-la, agora ele se delicia com o pescoço dela. Se havia algo que o enlouquecia era sentir o cheiro da pele suave e fina de Lois. Ela se deixou levar pelo momento e começou a massagear a nuca dele e a mordiscar um de suas orelhas...
—Não! -Levantou de supetão deixando Clark intrigado e frustrado.
—Por que? Lois, o que houve?
—Clark, eu preciso trabalhar. -Nesse momento o homem branco de olhos azuis fitou-a com cara de quem não compreendia nada do que estava se passando ali.
—Lois, pode trabalhar amanhã?!
—Não! Quer dizer, amanhã eu tenho que fazer a matéria... Clark não me leva a mal, eu adoro seus músculos, sua boca chamativa e envolvente mas eu tenho que preparar as perguntas pra entrevista com Lex amanhã. -Falou rápido e apreensiva pela reação de Clark.
—Como assim? Até onde sei Lex não cedeu entrevistas exclusivas a ninguém nos últimos tempos e não há nenhuma coletiva marcada.
—Então, parece que fui "a escolhida" pra entrevistá-lo e não vou perder a chance de metralhá-lo com perguntas sobre seus projetos secretos e suas ações pretensiosas por debaixo das paredes da Luthor Corp.
—Não!
—Clark, é isso ou o Perry pede a minha cabeça no D.P.
—Então eu vou com você.
—Por mais que a gente seja uma dupla dinâmica e a mais perfeita do Planeta Diário, eu não posso fazer isso. Você tem que fazer a sua matéria sobre experimentos com animais e preciso que fique aqui com Tess?!
Clark suspira insatisfeito com aquela novidade e se senta na ponta da cama. Sem outras alternativas...
—Quero que tome cuidado. -Diz ele vestindo novamente a camisa que havia tirado na euforia com Lois e se levanta para encará-la.
—Clark, eu sei me cuidar. Não se preocupe! -Diz docemente tateando a feição preocupada do marido.
—Preciso sair! -Exclama ao lembrar-se de sua conversa com Tess.
—Onde vai? -Lois o questiona sabendo que ele já havia feito a ronda noturna.
—Estão precisando de ajuda. -Lois solta um meio sorriso e ele desaparece com sua super velocidade.
Lois vai para a mesa preparar seu material para a entrevista e é pega de surpresa pelo toque da campainha.
—Quem seria o desocupado que bateria na porta de alguém tarde da noite? -E ela abre a porta e mal pode acreditar no que vê.
CONTINUA
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