Somos Como Queijo e Goiabada. Capitulo 17.

Capitulo 17

Lois mesmo fragilizada pela morte de Jonathan Kent é quem toma conta de todos os afazeres do funeral. Enquanto Martha e Clark ficam juntos dividindo a dor da perda. Chloe fica sabendo por meio da prima a respeito do acontecido e se antes estavam afastadas, agora as loirinhas decidem se unir para dar força à família Kent. Chloe teme por Clark, pelo seu estado psicológico diante de tamanho baque, ela sabe que mesmo sendo quase um deus, ele é muito frágil quando se trata daqueles que ama. A garota fascinada por jornalismo vai até a fazenda com a prima e aproveita para conversar com o seu amigo, que está no celeiro perdido em seus pensamentos...

Clark?! -Diz ao subir alguns degraus do celeiro e avistá-lo na janela, olhando para o horizonte. Ele não responde, é assim que está desde o principio, calado submerso aos seus sentimentos e ela continua...

Chloe: Clark, eu sinto muito pelo senhor Kent. -Diz tentando manter o controle e não cair no choro. Ao notar que ele está indiferente, a amiga se aproxima e o abraça pelas costas, Clark então se move, afastando-se em silêncio, sumindo pelo mundo, ignorando tudo e a todos, o que deixa sua amiga desconsertada e sofrendo com medo de também vir a perdê-lo.

A noite passa vagarosamente, Lois, Martha e Chloe almejam a volta de Clark o mais rápido possível, mas logo chega a manhã seguinte e nada do jovem, as garotas acabaram adormecendo no sofá mesmo e é quando a Senhora Kent devastada pela perda do marido, se direciona até a copa para preparar-lhes um café, que acaba não conseguindo, suas mãos tremulas derrubam a chaleira fazendo um barulho que ressoa pela casa e acorda Chloe e Lois num piscar de olhos. Chloe corre para a cozinha e Lois se arrasta com suas olheiras para ver o que aconteceu...

Lois: É você Smallville? –Fala alto esperançosa desde a sala, desanimando logo em seguida.

Chloe: Senhora Kent, o que esta fazendo?

Martha: Um café. Clark não voltou pra casa, Lois. –Contesta a jovem filha do militar Sam Lane, a mulher de certa idade se recosta na pia da cozinha cruzando os braços e cabisbaixa deixa rolar uma lágrima.

Chloe: Eu posso fazer, não se preocupe senhora Kent!

Lois: Aonde será que se meteu o Clark? –Faz uma retórica para si mesma.

Chloe: Temos que tomar café para.... –Engole a seco tentando pensar numa forma de dizer aquela frase de maneira menos dolorosa, menos destrutiva talvez.

Martha: O enterro do Jonathan. –Completa a mulher que tem se apegado a ideia de que Jonathan pode não mais estar, mas ainda lhe resta o seu filho, aquele que anos atrás lhe deu razões para amar e acreditar que ser mãe é mesmo padecer no paraíso.

Chloe: É.

Lois: Eu vou atrás dele! –Exclama dando um pulo da cadeira. Lois esta decidida a encontrar Clark onde quer que ele esteja. Ela não consegue imaginar ele sozinho no estado em que está; destroçado.

Martha: Querida, você não vai encontrá-lo. -Imaginando que ele deve estar na fortaleza.

É chegada a hora da despedida. Martha, Lois, Chloe e alguns fazendeiros estão escutando as palavras do mestre de cerimônia. A senhora Kent sente que Clark esta ali presente ao menos tenta se confortar com isso, a mulher de pouco mais de quarenta anos é sustentada por Lois que a envolve num abraço de conforto. O enterro acaba as pessoas vão embora, exceto Chloe, Martha e Lois que parecem estar esperando por uma presença que não se faz presente e isso as desola por dentro. Embora Martha a sinta de longe, aquela presença confortante e especial, a mesma que a atraiu anos atrás está ali novamente, porém com um novo semblante obscuro e ilhando o ser que esta ali. A mulher apenas o visualiza silenciosamente e ele some antes que as outras duas presenças femininas se deem conta de que esta ali. As mulheres vão embora, cada uma se instala em seu determinado contexto para terem um momento a sós consigo mesmas. Certamente Chloe esta sofrendo pela perda e pelo amigo assim como as outras duas e nada se compara da dor delas, parece que elas perderam mais por que Clark foi embora junto. Dois meses se passam, o mundo tem estado um verdadeiro caos e Chloe decide intervir nisso indo até a fortaleza da Solidão com a ajuda da Senhora Kent.

FORTALEZA

Clark? Clark?  –Chama uma e outra vez quase petrificada com aquele ar gélido tocando sua pele.

E o kryptoniano aparece de surpresa assustando-a com sua presença repentina e pouco vistosa.

Graças a Deus! –Diz abraçando o amigo que está barbudo, sujo e indiferente.

O que veio fazer aqui? –Pergunta com ar pouco amigável, se afastando dela.

Clark, eu sei como esta doendo à morte do senhor Kent, mas você ainda está vivo e precisamos de você. Smallville tem sido vitima de ataques constantes de afetados por meteoros, a senhora Kent está arrasada por que alem de perder o marido agora perdeu o filho também, sem contar que outras pessoas que te amam estão sofrendo pela sua ausência, você não pode se isolar, não pode mudar a sua essência, na vida todos perdemos Clark e você sabe que sem você o mundo lá fora não vale a pena. –Desabafa tudo o que está sentindo com a intenção de fazê-lo voltar com ela, mas ele permanece de costas e cabisbaixo.

Clark: É melhor ir embora. –Fala de forma quase inaudível, mas no fundo refletindo sobre tudo o que lhe foi dito.

Tudo bem, mas acho que precisa saber que o Lex esta se candidatando a presidente dos Estados Unidos e ambos sabemos que se ele for eleito, você corre riscos assim como todos nós. A sua mãe se candidatou a senadora, ela tem o apoio de muita gente e a Lois esta a ajudando com a campanha. Clark, nós precisamos de você agora mais que nunca. Adeus. –Fortalece seu discurso e vai embora almejando que ele decida voltar com ela, mas ele não se move de forma alguma.

NA FAZENDA KENT

Lois havia terminado suas tarefas do dia, mas continuava buscando o que fazer, era assim todos os dias desde a partida de Clark de sua vida, dizia para si mesma que tinha que ocupar a mente e de fato o estava fazendo. Mas vez ou outra se pegava remoendo aquele sentimento, revivendo os momentos com seu amado e sofria porque como ela mesma dizia aquele amor parecia chiclete e havia grudado em seu peito, todos os dias ao nascer do sol também nascia uma esperança de vê-lo de novo, de tocá-lo ou simplesmente senti-lo perto, doía muito amá-lo tanto e caia num pranto escondida da senhora Kent quando via que novamente aquele dia estava acabando sem ele. Era sexta à noite e alguém tocara a campainha, como estava sozinha uma vez que Martha Kent ainda não havia chegado de Pequenópolis ela foi abrir a porta...

CONTINUA