Capitulo
36
“Quanta
mudança alcança o nosso ser. Posso ser assim, daqui a pouco não.”
O Teatro
Mágico
Eram três horas da
madrugada quando Clark despertou e silenciosamente foi até a janela do celeiro
ver algo inusitado. Um enorme clarão invadiu o milharal. Lois continuava
dormindo, cansada e foi então que ele decidiu ir ver o que estava acontecendo a
alguns metros dali. Sabia que em poucas horas tinha de estar em casa para dar
explicações junto com Lois ao seu amável “sogro”. Já eram seis horas da manhã e
os raios de sol estavam incomodando demais o rosto de Lois, ela já não
conseguia continuar dormindo ali e entre resmungos abriu os olhos para dar-se
conta de que Clark não estava ali. Entristeceu temendo o pior, ele não gostara?
Ou teria sido tudo um pesadelo misturado com sonho? Sua cabeça dava voltas e
mais voltas, mas não conseguia chegar a uma resposta concreta. Ela tirou o
lençol fino do corpo e se descobriu nua, foi então que entendeu que o que houve
foi real.
—Ok! Agora onde você se meteu, caipira? Não
acredito que depois daquela noite de amor, você decidiu ir catar milhos para o
café da manhã. AI, eu vou matar o Clark!
Lois se vestiu
cambaleou de um lado para outro do celeiro e não aguentando mais esperar foi
até a casa. Ao abrir bater na porta, Martha Kent a recebeu feliz com um abraço
apertado.
—Oh céus! Graças a Deus você está bem,
querida.
—Rsrs. Vaso ruim não quebra! Ainda mais
quando se tem um dono cuidadoso.
—Oh, onde esteve? Quem a levou? Felizmente o
seu pai tomou a decisão certa.
—Como? –Titubeou
uma Lois assustada ao ouvir o comentário sobre o seu pai.
—Oh, você esta com fome? Acho que precisa
descansar! Porque não toma um banho quentinho, desce pra comer algo? Preparei
panquecas! –Tentando aliviar, sabia que
tinha metido os pés pelas mãos naquele momento e precisava que Clark estivesse
ali para ajudar a dar a noticia a Lois de que seu pai já não era um General por
sua causa.
—Não antes de ouvir o que aconteceu na minha
ausência e a senhora vai me contar, não é Senhora K?
—Lois é que...
—Ah Meu Deus! Que bom ter você aqui de novo! –Gritou Chloe na porta vindo em direção à prima para abraçá-la,
deixando-a sem graça.
—Chloe, eu jamais ia deixar de encher o seu
saco! Rsrsrs. –Nesse momento Martha Kent
suspirou aliviada achando que tinha se safado.
—Vou preparar a mesa para tomarmos café. –Disse Martha saindo pela tangente, querendo evitar o
assunto Sam Lane.
—Chloe, o que está havendo aqui?
—Como assim, Lois?
—O que o General fez? Ele esteve aqui? O que
a Senhora K está me ocultando algo? Eu sei que você sabe, então fala logo antes
que eu procure a verdade do meu jeito.
—Lois é que... O seu pai... O seu pai... O General ele... Bem... Ele...
—Chloe?! Vai dizer ou vai continuar treinando
até ficar GAGA? –Fala impaciente cruzando os
braços.
—Ele renunciou ao cargo pra salvar você!
—O que? –Fala
Lois se deixando cair no sofá sem voz, perplexa com o que acabara de ouvir.
—Lois?! –Chama
tentando trazer a prima de volta, ela parecia estar em outro planeta.
—Onde ele está agora? Ele não devia ter
renunciado! O exército sempre foi a vida
dele, é tudo culpa da desgraçada da Lucy, ah mas eu vou dar uma boa surra nela
quando a encontrar.
—A verdade é que ninguém soube nada dele
desde ontem. –Fala com pena da prima e
com certo receio de sua reação.
—Queridas, o café esta pronto! Vamos? –Diz olhando para Chloe, as duas parecem dialogar com uma
troca de olhares.
—Não. Obrigada, mas vou tom um banho. –Chloe e Martha jamais viram Lois com aquele aspecto
melancólico, deram-lhe o tempo de tomar um banho e enquanto isso as duas
esperavam ansiosas a cegada de Clark que havia desaparecido desde o dia
anterior.
Lois não parava de
pensar em tudo o que havia acontecido e só uma coisa persistia dentre tantos
pensamentos: Lucy. Sua vontade era de dar umas boas palmadas na irmã, a irmã
que ela criou se converteu em uma desconhecida e isso lhe doía. Sem ninguém
para testemunhar, debaixo do chuveiro ela chorou, deixou suas lágrimas livres,
estava cansada de fingir ser de ferro. A única coisa que a confortava naquele
momento era Clark, a noite anterior foi mágica e de certa forma era uma luz no
fim do túnel, Clark surgiu para resgatá-la da solidão e ensiná-la a acreditar
no amor. Ela saiu do chuveiro, vestida em um roupão branco e nas mãos uma
toalha enxugando os cabelos longos. Sorriu ao ver quem estava sentado na cama...
—Clark?! –Sorriu e seus olhos brilharam ao vê-lo ali assentado em
sua antiga cama. Lois soltou a toalha e foi em sua direção, ela o abraçou e ele
permaneceu imóvel, algo estava errado.
—Clark, não acre...
—Lana? –Indagou
a caucasiana recém tomada banho. Lois se afastou dele com um nó na garganta,
com o coração disparado, a boca seca e perturbada com aquela “novidade”.
—Lana e eu precisamos “conversar” a sós. –Disse ele dando ênfase ao “á sós”.
—O que? Está louco, Smallville? Esse é o MEU
QUARTO há muito tempo. Por que não vai para o canil dela para conversarem “a
sós”? –Falou uma Lois
fulminando de raiva.
—Está me chamando de “cachorra”? O que eu te
fiz? Clark?!
—Deixe-a, amor. Podemos ir para outro lugar! –Falou ele pegando na mão de Lana e
com um olhar de deboche para Lois. Ambos saíram do quarto e Lois com ódio jogou
contra a parede um porta retrato com uma foto dela e de Clark de quando se
conheceram.
Não bastava o
sequestro, o sumiço de Sam e a traição de Lucy, agora Lois tinha de lidar com
Clark e Lana juntos. A verdade é que não fazia sentido e nem entrava em sua
cabeça eles estarem juntos ali e agora. O que passava na cabeça do caipira? E a
noite de amor que eles tiveram juntos? E todas aquelas juras de amor?
CONTINUA